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Opinião iPhone 5

Celular da Apple poderia ter conteúdo melhor

Empresa faz boas mudanças no aparelho, mas deixa de ousar para aprimorar bem mais seu sistema operacional

RAFAEL CAPANEMA
ENVIADO ESPECIAL A SAN FRANCISCO

Merecidamente consagrado, o iPhone carece bem mais de melhorias de software do que de hardware. Foi isso que a Folha pôde constatar ao testar por alguns minutos a nova versão do celular inteligente da Apple, na última quarta, ao final do lançamento no Yerba Buena Center for the Arts, em San Francisco.

A principal novidade do iPhone 5, o salto de 3,5 polegadas para 4 polegadas na tela, é discreta. Os benefícios da mudança, como ver mais aplicativos na tela inicial e mais elementos de uma página da web, não são tão óbvios, tampouco muito empolgantes -e só vão aparecer quando desenvolvedores atualizarem seus apps.

Se o aumento da tela não é revolucionário, ao menos não compromete o uso: ainda é possível tocar o canto superior esquerdo da tela com o dedão direito. Isso faz o iPhone 5 ser muito mais manipulável do que seu principal concorrente, o gigantesco Galaxy S 3, da Samsung, com sua tela de 4,8 polegadas.

Revestida de alumínio, a traseira do iPhone 5 é tão elegante quanto a de vidro dos antecessores 4 e 4S, mas muito mais resistente -quando você deixá-lo cair no chão, só a parte da frente tenderá a trincar, e não ambas, como é comum acontecer no 4 e no 4S.

O novo processador aguenta bem gráficos pesados, como os dos novos mapas 3D da Apple, e operações comuns ocorrem sem engasgos, o mínimo que se espera de um novíssimo modelo da empresa.

CORRENDO ATRÁS

O sistema operacional do iPhone poderia ter melhorado mais. Faltou ousadia.

O aplicativo de mapas do iOS 6, com navegação GPS curva a curva gratuita, é um avanço importante. Nesse aspecto, a Apple finalmente alcança o Google: o Android oferece o recurso desde 2009.

Outros aprimoramentos que já deveriam ter chegado há tempos não vieram. O sistema multitarefa do iOS, em que se alterna entre apps por meio de seus ícones, parece arcaico se comparado ao do Windows Phone e ao do Android, que mostram miniaturas dos programas abertos.

A central de notificação da Apple ainda não permite descartar os avisos de uma vez. E falta ao iPhone algo como os widgets do Android, que mostram dados como trechos de e-mails recebidos sem que se precise abrir um app.

Também lançado na quarta, o novo iPod touch está ainda mais parecido com o iPhone. Também ficou mais comprido e com tela maior, de 4 polegadas. Na câmera traseira está a principal evolução: passou de sofrível para bem aceitável, com seus 5 Mpixels.

Já o iPod nano, o mais inquieto da família, mudou do formato quadrado para o retangular, triturando os sonhos daqueles que esperavam que a nova versão pudesse servir como relógio inteligente integrado ao iPhone.

Mesmo com tela agora maior, de 2,5 polegadas, e quase 3 cm mais alto que o modelo anterior, ele continua pequenino e bem portátil.

Enquanto o iPhone 5 e os novos iPods são mais bonitos ao vivo do que no site da Apple, o aspecto alienígena dos novos fones de ouvido, agora batizados de EarPods, não se dissipa na vida real.

Mas o sacrifício estético se justifica. Nos testes, os fones ficaram bem firmes nos dois ouvidos, ao contrário da versão anterior, cuja unidade da esquerda nunca parou quieta na orelha deste repórter.

A melhora na qualidade do som é perceptível, mas audió-filos, que sempre desprezaram os fones da Apple, não devem mudar de ideia.

O jornalista RAFAEL CAPANEMA viajou a convite da Apple.

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