Análise

Empresa ainda tem de mostrar qualidade nos serviços de web

A decisão da Apple de trocar o Google Maps por um software próprio de mapas condiz com a visão fundadora de Steve Jobs de que a empresa deveria controlar todos os aspectos de seus produtos.

O lançamento do iPhone 5 é um teste crucial dessa filosofia. A Apple controla os elementos principais do smart-phone, inclusive o processador A6, algo que analistas creditam como a razão da boa performance do celular.

Mas, como mostram as falhas nos mapas, a Apple ainda precisa provar que a alta qualidade de seus aparelhos pode ser estendida aos serviços de internet -área cada vez mais importante entre fabricantes de celulares.

Em contraste com seu elogiado hardware, as iniciativas da Apple em internet não ocorreram sem tropeços. Um dos primeiros serviços de nuvem da empresa, o MobileMe, de 2008, recebeu críticas positivas e negativas, e falhas deixaram usuários sem acesso ao e-mail por dias.

Seu sucessor, o iCloud, tem sido mais bem-sucedido, desde seu lançamento, em 2011, atraindo 125 milhões de clientes. Neste mês, no entanto, uma pane no e-mail afetou quase 1% dos usuários.

A Apple ainda tem a seu dispor a maior e mais vibrante comunidade de desenvolvedores de aplicativos e confia nela para criar apps que preencham as lacunas de seus serviços, afirma Ian Fogg, da consultoria IHS.

Mas o tropeço da empresa com seus mapas abriu uma oportunidade para críticas dos concorrentes, e a Nokia, que desde 2007 possui sua própria empresa de mapas, não perdeu a chance.

"Ao contrário de nossos competidores, que licenciaram serviços de terceiros, nós temos, construímos e distribuímos aplicativos, plataforma e conteúdo de mapas", escreveu em seu blog Pino Bonetti, desenvolvedor da Nokia, acrescentando que "ser 'bonitinho' não basta", em uma indireta ao serviço 3D dos mapas da Apple.