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Intel entra na briga por celulares e tablets

Com novos chips, empresa tenta ganhar espaço no mercado de dispositivos móveis, dominado pela ARM Holdings

Processadores com arquitetura x86 têm pouca presença em um setor que cresce cada vez mais rápido

EMERSON KIMURA
DE SÃO PAULO

A Motorola apresentou, na semana passada, o Razr i, seu primeiro smartphone com chip criado pela Intel.

O lançamento é especialmente importante para a Intel, que tenta ganhar espaço no mercado de chips para celulares e tablets, há anos dominado pela ARM Holdings.

A Intel é a criadora e a maior fabricante de chips de arquitetura x86, usados na maioria dos PCs. Processadores x86 podem ser desenhados e montados por várias empresas, mas o mercado é dominado pela própria Intel.

A ARM age de maneira diferente -ela desenha chips, mas não os fabrica. Em vez disso, vende licenças que permitem a fabricantes de chips usar os processadores desenhados por ela ou apenas a sua arquitetura. Apple, Nvidia, Qualcomm, Samsung e Texas Instruments são algumas empresas que têm licenças da ARM. Há uma grande chance de seu smartphone ter um chip de alguma delas.

Usados em produtos diversos como calculadoras e câmeras, os chips ARM têm fama de operar a temperaturas baixas e consumir pouca energia, tornando-os ideais para aparelhos portáteis como celulares -nos quais aspectos como baterias duradouras e dimensões compactas são muito importantes.

Chips x86, por outro lado, são conhecidos por esquentar bastante e gastar muita energia. Costumam exigir equipamentos maiores e baterias mais duradouras -ou mesmo uma fonte externa.

A Intel quer mudar isso. Ela tem investido forte em chips x86 mais econômicos. O Atom Z2460 (Medfield), com núcleo único, que equipa o Razr i e outros celulares com Android, é apenas um dos seus primeiros passos para entrar em um mercado que cresce mais rapidamente do que o de PCs, no qual ela é líder.

A próxima jogada será o Atom Z2760 (Clover Trail), com núcleo duplo, que deve equipar tablets com Windows 8, como o Asus Vivo Tab e o Lenovo ThinkPad Tablet 2.

Em questões técnicas, o início é promissor. O Lava Xolo X900, primeiro smartphone com Intel, foi elogiado por veículos especializados. Equipado com chip Medfield, ele demonstrou um desempenho comparável ao de aparelhos como Apple iPhone 4S e Samsung Galaxy S 2, que usam processador ARM de núcleo duplo. Em duração de bateria, não ficou entre os melhores, mas não se saiu mal.

Até mesmo a incompatibilidade com aplicativos desenvolvidos para ARM, um dos problemas de usar um chip x86, parece não atrapalhar muito -são poucos os apps que não podem ser executados, e eles podem receber atualizações para funcionar com as duas arquiteturas.

São questões comerciais, não técnicas, que podem dificultar o sucesso da Intel em dispositivos móveis. Como convencer o consumidor a comprar um celular com Intel em vez de um com ARM?

Ao ser questionado sobre isso, Sumeet Syal, diretor de marketing e comunicação da Intel, disse que "os consumidores procuram uma marca à qual eles possam se associar" e que a imagem da empresa é ligada a um bom trabalho em computação. A Intel espera que a força de sua marca, popularizada com os PCs, ajude-a a conquistar usuários e celulares e tablets.

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