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Produtora fatura ao 'clonar' jogos famosos

Francesa Gameloft vira gigante do mundo móvel com títulos inspirados em sucessos dos videogames e dos PCs

Companhia tem, pelo menos, 17 títulos do tipo; na primeira metade de 2012, receita foi de R$ 250 milhões

BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Prestes a lançar o quarto título da série de guerra "Modern Combat", a produtora Gameloft mostra que seu modelo de negócios permanece inesgotável. A companhia francesa se tornou uma gigante do mundo móvel desenvolvendo versões genéricas de jogos famosos.

A Folha identificou no catálogo da empresa pelo menos 17 títulos de séries ou games feitos para tablets e smartphones com mecânica, visual e enredo parecidos com os de jogos que fazem sucesso no PC e em consoles.

Há versões inspiradas em "Red Dead Redemption", da Rockstar, "World of Warcraft", da Blizzard, e "Halo", da Microsoft. "Modern Combat" olha para "Modern Warfare", da Activision.

Os resultados são importantes. No primeiro semestre de 2012 a Gameloft teve receita de R$ 250 milhões. A Rovio, produtora de "Angry Birds", recebeu R$ 198 milhões durante todo o ano de 2011.

"Os gêneros de jogos são limitados. Pode até existir um jogo considerado único, mas os outros produtores vão querer uma fatia da torta", diz Felipe Sartori, gerente da Gameloft no Brasil.

Os números dos títulos que inspiram a companhia são atraentes. A série "Halo" vendeu 43 milhões de cópias; "Modern Warfare 2" e "Modern Warfare 3" mais de 15 milhões de unidades juntos; "World of Warcraft" tem 9 milhões de assinantes.

Outro fator que colabora com a estratégia da Gameloft é a falta de grandes produtoras no mercado móvel. Para aqueles jogadores que procuram uma experiência de videogame em um tablet ou celular, as opções ainda são poucas. Ainda imperam jogos casuais e de baixo custo, como "Angry Birds".

Quando o primeiro iPad foi lançado, em 2010, a companhia conseguiu atender o público dos consoles com jogos de tiro em primeira pessoa e produções com gráficos mais sofisticados do que os presentes em celulares.

Mesmo que os grandes nomes dos consoles passem a investir mais no mercado móvel, é possível que algumas ausências sejam permanentes. Difícil, por exemplo, imaginar "Halo", série icônica da Microsoft, rodando em algum dispositivo da Apple.

"Copiar um jogo de Play-Station para celular não é para qualquer um", diz Sartori.

Mas, se os jogos são similares, porque a empresa não é processada? "As cópias teriam que ser de aspectos claramente registrados, como logotipos, personagens e música. A Gameloft não faz nada de forma flagrante, resultando em jogos com visual genérico", opina Ludwig Kietzmann, editor do site de games "Joystiq".

"Gêneros e mecânica podem ser reproduzidas com menos medo, já que são aspectos menos tangíveis."

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