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Empresas de jogos atacam limitações do Windows 8

Nova loja de aplicativos é o alvo dos fabricantes; Microsoft não comenta

Games violentos ou indicados para maiores de 18 anos terão uso limitado na nova versão do sistema operacional

ALEXANDRE ORRICO
DE SÃO PAULO

"Catástrofe" e "equívoco" são alguns dos termos que alguns executivos da indústria dos games têm usado para descrever o Windows 8.

As críticas são voltadas especialmente à Windows Store, loja de aplicativos que estreia no novo sistema operacional da Microsoft.

A novidade obrigou as empresas a submeterem seus jogos para aprovação da Microsoft, se quiserem estar na nova loja e ter programas integrados à interface do sistema.

"Se o nome soa como a App Store, é porque ela é mesmo essencialmente como a loja da Apple. É um mecanismo centralizado de distribuição que a Microsoft usa para controlar o que as pessoas vão comprar", diz à Folha Casey Muratori, programador envolvido na criação da série de games "Age of Empires".

Os games que a Microsoft não aprovar para a Windows Store ainda poderão ser instalados, já que a plataforma não é 100% fechada.

"Mas o futuro aponta para um ecossistema bloqueado, se analisarmos o histórico de decisões da companhia. A Microsoft está cometendo um equívoco", diz Muratori.

Markus Persson, criador do sucesso indie "Minecraft", que já vendeu mais de 10 milhões de cópias, se recusou a licenciar o jogo para a Windows Store. "A Microsoft tem que parar de tentar arruinar o PC como plataforma aberta", disse Persson no Twitter.

Games instalados fora da Windows Store não vão aparecer nos resultados da busca estendida, ter atalhos em blocos dinâmicos e em barras laterais, exibir notificações ao usuário ou comparar as pontuações de jogadores, dentre outras coisas -uma desvantagem competitiva para muitos desenvolvedores.

Uma cláusula dos termos de uso da Windows Store piora a situação: games destinados a maiores de 18 anos ou que contenham violência gratuita não serão comercializados na loja da Microsoft.

Isso prejudica jogos premiados como "Skyrim" e "GTA 4" e lançamentos como "Call of Duty: Black Ops 2".

No Windows RT, versão feita para dispositivos com chips ARM, a situação é ainda mais complicada, uma vez que ele rodará só apps baixados por meio da loja.

Gabe Newell, cofundador da Valve (criadora de "Half-Life") disse que o Windows 8 será uma catástrofe. Newell planeja investir no Linux e lançar, "em breve", mais de 2.000 jogos para o sistema.

Questionada pela Folha, a Microsoft optou por não responder às críticas.

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