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Brasileiros são muito presentes nos cursos

País é o segundo com mais alunos no Coursera, atrás apenas dos EUA

De graduandos a pós-doutores, estudantes têm mais interesse nos conteúdos do que em tirar certificados

Ozier Muhammad - 15.nov.2012/"The New York Times"
O professor Mitchell Duneier (nas telas), da Universidade Princeton, grava aula para seu curso gratuito on-line
O professor Mitchell Duneier (nas telas), da Universidade Princeton, grava aula para seu curso gratuito on-line
DE SÃO PAULO

Os alunos do professor Claiton Martins-Ferreira, 44, na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) aprendem redação acadêmica com uma professora da Universidade Stanford. Após assistir às aulas da disciplina Escrevendo em Ciências no Coursera, ele passou a indicá-la a seus estudantes.

"Escrever mal é um problema recorrente, principalmente entre alunos de graduação, por isso indico o curso", diz Martins-Ferreira. Pós-doutorando em biologia, ele fez várias disciplinas relacionadas à área. "É uma oportunidade para se atualizar."

Segundo os dados mais recentes, divulgados em agosto, o Brasil responde por 5,9% do total de alunos no Coursera, atrás dos EUA (38,5%) e seguido pela Índia (5,2%) e pela China (4,1%). Apesar de o Coursera ser a única plataforma a divulgar suas estatísticas, não é difícil encontrar brasileiros em outros sites.

Para Pollyana Mustaro, doutora em educação pela USP, a grande presença reflete a relação que os brasileiros têm com redes sociais. "O país está sempre entre os que mais usam redes sociais."

Após passar uma temporada no Brasil, na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e na PUC-Rio, o professor Walter Sinnott-Armstrong, da Universidade Duke, acredita que a procura de brasileiros não se deve a uma eventual deficiência das universidades daqui. "Ter aulas em inglês faz diferença", diz. Assim, os alunos treinam o idioma enquanto aprendem.

SEM DIPLOMA

O empresário Felipe Benites Cabral, 30, assistiu às aulas de Introdução à Psicologia no site da Universidade Yale (oyc.yale.edu).

Sem ter completado um curso superior -largou ciências sociais e administração-, Cabral não se preocupa em conseguir os diplomas. "Não é meu foco", afirma. "Prefiro ficar com o conteúdo que com o certificado."

A situação é comum entre os estudantes daqui. Recém-formado em economia pelo Insper, Gustavo Amarante, 23, também não quis os certificados dos cursos a que assistiu em Yale.

Enquanto se preparava para os exames de mestrado no Brasil -em janeiro, vai para a PUC-Rio-, aproveitou para estudar teoria dos jogos e economia financeira. Assistiu aos cursos completos. "Para entender alguns termos técnicos, é preciso ver as aulas anteriores", explica.

Além da qualidade, outro motivo que leva alunos brasileiros a fazer cursos grátis on-line é a exclusividade.

Estudante do primeiro ano de marketing, a paulistana Carolina Kadix, 33, trabalha com webdesign há 12 anos. Nesse tempo, entretanto, não encontrou um curso como o que fez por Stanford, chamado de HCI - Human Computer Interaction (interação humano-computador).

"Precisava aprimorar meus conhecimentos, mas não podia ir para outra cidade", diz ela. "No Brasil, só há algo equivalente em Curitiba."


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