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Festival de games terá 'Call of Duty' do cangaço

Maria Bonita é personagem no jogo de tiro que será mostrado em São Paulo

'Vrum', título educativo sobre respeito às leis de trânsito, também será apresentado na feira Games for Change

ALEXANDRE ORRICO DE SÃO PAULO

Cansada da mesmice dos jogos de tiro, focados quase sempre em guerras contra alienígenas ou terroristas, a a desenvolvedora Adalgisa Trindade resolveu fazer um game diferente, com tema 100% brasileiro: o cangaço.

No controle das armas de fogo, em vez dos brutescos típicos, uma mulher: Maria Gomes de Oliveira, mais conhecida como Maria Bonita, mulher do cangaceiro mais famoso da história, Lampião.

É uma espécie de versão brasuca de "Call of Duty", o game de tiro mais vendido do mundo, que opõe o Exército dos EUA a terroristas.

Ainda em desenvolvimento, o jogo será aberto para a contribuição de interessados na próxima quarta, em São Paulo, na segunda edição do Games for Change, festival que defende o uso dos jogos eletrônicos como ferramentas de mudança social.

"Quando eu fiz meu curso de games em Atlanta [EUA], percebi que todos na sala de aula -inclusive professores- estavam focados em jogos sobre guerras e zumbis", afirma Trindade.

"Senti a necessidade de criar algo mais ligado à minha cultura e percebi que no mercado praticamente não havia jogos voltados à América Latina e ao Brasil. Então comecei a escrever o roteiro de 'Lampião: King of the Desert'", completa.

Rebatizado de "Maria Bonita e o Lampião Digital", o game fará um panorama histórico do que foi o cangaço e do Nordeste nas décadas de 1920 e 30, embora o enredo também tenha ficção.

"A trama não vai ser totalmente fiel à verdadeira história de Maria Bonita. No meio do caminho, ela vai encontrar outras mulheres líderes, como Luiza Mahin (Revolta da Chibata) e Maria Madalena (da Bíblia). Ela ainda vai lutar por causas como a extinção do analfabetismo, o combate à fome e o fim da violência contra a mulher", completa Trindade.

"GTA DO BEM"

Além do game de Maria Bonita, outro jogo apresentado no festival será "Vrum", de Pedro Alves, da Vsfot, empresa da Paraíba. O objetivo é provocar, entre os jogadores, mudanças de comportamento que levem a melhorias do trânsito nas cidades.

O game é semelhante, em mecânica, ao polêmico "GTA", em que o jogador ganha pontos ao cometer assassinatos, roubos de carros e outros crimes. Mas, em "Vrum", o objetivo é oposto: cumprir regras, salvar vidas ao respeitar as leis de trânsito e ser um bom cidadão.

"A missão do Games for Change é aliar o impacto cultural dos games aos desafios de mudança política e social. Discutir como podemos usar os games em mudanças no mundo real é essencial", diz Gilson Schwartz, curador do festival e diretor do Games for Change na América Latina.


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