São Paulo, quarta-feira, 01 de dezembro de 2010

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Preços ameaçam adoção dos e-readers no Brasil

Aparelhos podem custar até mais de R$ 1.000; tributação é problema

Chegada de tablets ao mercado nacional também assombra a categoria, que peca por ser monofuncional

BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pouco mais de um ano após a Amazon começar a vender o Kindle para o país, o brasileiro passou a ter opções "nacionais" de leitores de livros eletrônicos. Os altos preços, porém, podem fazer com que essa categoria de aparelhos não emplaque.
Além do dispositivo da Amazon, existem quatro leitores no mercado brasileiro: o Alfa, o ER-7001, iRiver Story e o Cool-er.
Todos, porém, têm o mesmo problema: preço de produto importado, que varia de R$ 599,90 (Cool-er) a R$ 1.099 (iRiver). O Kindle com 3G, Wi-Fi e tela de seis polegadas , por exemplo, é vendido para o mercado brasileiro por US$ 409 (cerca de R$ 707). Desse valor, quase US$ 200 são impostos.
Essa é, de fato, uma das grandes reclamações e preocupações de fabricantes e lojas. Mesmo os leitores que levam marcas nacionais são importados e, por isso, tributados como o concorrente americano.
Uma das armas da Amazon para manter a popularidade do Kindle é o preço. Em julho, a loja virtual abaixou para US$ 139 o valor do modelo mais simples. Ele não está à venda para o Brasil, mas tem especificações comparáveis às dos dispositivos encontrados por aqui.
Isso significa, por exemplo, que esse modelo do Kindle vale, com impostos, aproximadamente 12% de um salário mínimo da Califórnia (cada Estado especifica um valor mínimo; na Califórnia é US$ 8 a hora trabalhada). No Brasil, o Cool-er, o e-reader mais barato do mercado, sai por R$ 89,90 a mais que um salário mínimo.
Marcílio D'Amico Pousada, diretor-presidente da Livraria Saraiva, fala que as vendas do Alfa na loja foram um sucesso, mas vê o preço ainda como problema. "A maior plataforma de livros eletrônicos no Brasil ainda são os PCs", diz ele.
Porém, Isar Mazer, da Positivo, acredita que os preços cairão no futuro.
A vida dos leitores de livros eletrônicos deverá ficar ainda mais difìcil com a chegada de tablets ao país.
Além do Galaxy Tab, o iPad também terá venda oficial por aqui -nesta sexta-feira, o modelo mais simples estará nas lojas por R$ 1.649.

MAIS RECURSOS
Claro, os tablets são mais caros, mas também oferecem mais funções, como conectividade sem fio (coisa que só o Alfa tem), navegação pela internet, e-mail, maior espaço de armazenamento e tela com boa resolução.
Além disso, os tablets permitem a leitura não apenas de livros, mas também de jornais e revistas -algo que não ocorre tão bem nos e-readers.
"Eu não acredito em aparelhos que sejam monofuncionais. Dessa forma, eles serão produtos de nicho", diz Sergio Herz, presidente-executivo da Livraria Cultura.


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