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Cerco à pornografia
Cruzada moralista da Apple é ponta de lança de investidas contra
sites de conteúdo adulto, que perdem espaço para as redes sociais
Rodrigo Capote/Folhapress
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BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A pornografia está acuada.
O consumo de pornografia
adulta por maiores de idade
não tem restrições legais,
mas os sites com esse tipo de
material estão sob ataque. A
onda pudica inclui grandes
empresas de tecnologia, governos e pensadores.
A Apple, por exemplo,
quer a sua maçã sem pecados. A empresa de Steve Jobs
levantou polêmica ao proibir
aplicativos que levassem
qualquer coisa que pudesse
ser interpretada como pornográfica aos seus impolutos
iPhone e iPad.
Não satisfeita, ela já começa até a interferir na reprodução do conteúdo off-line em
aplicativos das publicações
que são disponibilizados na
loja virtual App Store.
Na Wikipédia, o próprio
cofundador do serviço,
Jimmy Wales, arregaçou as
mangas e começou a deletar
imagens que pudessem ser
consideradas pornográficas.
Já o Google proibiu até
mesmo anúncios de um site
canadense de encontros em
sua plataforma de publicidade por considerá-lo "inseguro para as famílias".
Enquanto isso, governos
também tentam combater a
pornografia. A alfândega
australiana ganhou poderes
para vasculhar computadores e celulares de viajantes.
Nos EUA, o FTC (Comissão
de Comércio Federal na singla em inglês) fechou um
provedor de internet que, entre outras coisas, se especializava em pornografia e pragas virtuais.
Além disso, internautas
podem garantir que olhos desautorizados não navegarão
por sites pornô usando aplicativos para bloqueá-los.
Mas o que o FTC parecia já
saber agora ganha perspectiva acadêmica em uma pesquisa da Universidade Técnica de Viena que conecta o
uso de sites pornográficos à
pirataria on-line. O estudo
analisou as estruturas econômicas de sites adultos e concluiu que eles têm práticas
que vão de "suspeitas" a
"claramente maliciosas".
Já Bill Tancer levantou em
seu livro a tese de que os sites
pornô estão perdendo popularidade para as redes sociais. E uma enxurrada de dados parece confirmá-la, mas
há quem discorde.
Por outro lado, a pornografia on-line contribuiu com
à internet ao adotar tecnologias como autenticação e sistemas de pagamento antes
de elas se popularizarem.
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