São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2010

Próximo Texto | Índice

Cerco à pornografia

Cruzada moralista da Apple é ponta de lança de investidas contra sites de conteúdo adulto, que perdem espaço para as redes sociais

Rodrigo Capote/Folhapress


BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A pornografia está acuada. O consumo de pornografia adulta por maiores de idade não tem restrições legais, mas os sites com esse tipo de material estão sob ataque. A onda pudica inclui grandes empresas de tecnologia, governos e pensadores.
A Apple, por exemplo, quer a sua maçã sem pecados. A empresa de Steve Jobs levantou polêmica ao proibir aplicativos que levassem qualquer coisa que pudesse ser interpretada como pornográfica aos seus impolutos iPhone e iPad.
Não satisfeita, ela já começa até a interferir na reprodução do conteúdo off-line em aplicativos das publicações que são disponibilizados na loja virtual App Store.
Na Wikipédia, o próprio cofundador do serviço, Jimmy Wales, arregaçou as mangas e começou a deletar imagens que pudessem ser consideradas pornográficas.
Já o Google proibiu até mesmo anúncios de um site canadense de encontros em sua plataforma de publicidade por considerá-lo "inseguro para as famílias".
Enquanto isso, governos também tentam combater a pornografia. A alfândega australiana ganhou poderes para vasculhar computadores e celulares de viajantes.
Nos EUA, o FTC (Comissão de Comércio Federal na singla em inglês) fechou um provedor de internet que, entre outras coisas, se especializava em pornografia e pragas virtuais.
Além disso, internautas podem garantir que olhos desautorizados não navegarão por sites pornô usando aplicativos para bloqueá-los.
Mas o que o FTC parecia já saber agora ganha perspectiva acadêmica em uma pesquisa da Universidade Técnica de Viena que conecta o uso de sites pornográficos à pirataria on-line. O estudo analisou as estruturas econômicas de sites adultos e concluiu que eles têm práticas que vão de "suspeitas" a "claramente maliciosas".
Já Bill Tancer levantou em seu livro a tese de que os sites pornô estão perdendo popularidade para as redes sociais. E uma enxurrada de dados parece confirmá-la, mas há quem discorde.
Por outro lado, a pornografia on-line contribuiu com à internet ao adotar tecnologias como autenticação e sistemas de pagamento antes de elas se popularizarem.


Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.