|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sites pornô espalham pragas digitais
Estudo de pesquisador da universidade austríaca afirma que endereços têm práticas "suspeitas" e "maliciosas"
Aproximadamente 40% dos internautas fazem visitas sem proteção; 3,23% de páginas rodam arquivos perigosos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Sites pornográficos são
usados por piratas virtuais
para espalhar pragas e códigos maliciosos.
O alerta, que ecoa o que internautas já sabem faz tempo, vem de um estudo liderado por Gilbert Wondracek,
pesquisador da Universidade Técnica de Viena, que será
apresentado na próxima segunda em um workshop na
Universidade de Harvard.
Ao investigar a estrutura
econômica de sites com conteúdo adulto, Wondracek encontrou práticas que, ele diz,
vão de "suspeitas" a "claramente maliciosas".
Essas práticas têm origem
principalmente em métodos
para aumentar o número de
visitantes, como a compra de
tráfego (tipo de negócio pelo
qual um site adquire de intermediários um número alto de
visitas).
O problema, diz Wondracek, é que os serviços que
vendem visitas não fiscalizam os endereços para os
quais encaminham as pessoas, e muitos são usados para hospedar pragas virtuais.
Para o projeto, o pesquisador montou seu próprio site e
comprou 47 mil visitas.
Para surpresa dele, 20 mil
delas, ou 43% do total, tinham vulnerabilidades simples no navegador que poderiam ser exploradas por cibercriminosos. Isso significa
que não apenas os sites se
mostraram perigosos como
também que seus usuários os
frequentam desprotegidos.
Essas vulnerabilidades,
diz o estudo, poderiam facilmente levar os PCs a fazer
parte de uma botnet, uma rede de máquinas escravizadas
a serviço de piratas on-line.
O baixo valor pago pelo total das visitas assusta: US$
160 -o que constrói um cenário bem favorável aos cibercriminosos.
Além disso, esses internautas poderiam ter sido infectados por arquivos maliciosos que são executados
assim que a página é aberta.
De acordo com Wondracek, 3,23% dos cerca de 270
mil endereços ligados aos sites adultos pesquisados faziam isso -cinco vezes mais
do que ele esperava- e isso
não inclui outras práticas
maliciosas que não precisam
executar arquivos.
À Folha, o pesquisador
disse que sites pornô são os
mais perigosos não por causa
das pragas em si, mas pela
"institucionalização de práticas suspeitas de negócio".
O estudo parece confirmar
algo que a FTC (Comissão Federal de Comércio dos EUA,
na sigla em inglês) já sabia.
No mês passado, a agência
fechou um provedor de internet, que, diz ela, se especializava em spam, pornografia,
botnets e conteúdos maliciosos.
(BRUNO ROMANI)
SE LIGA
ORIGINAL
"A internet é favorável
à pornografia? Um estudo da indústria adulta on-line", trabalho liderado pelo pesquisador Gilbert Wondracek
pode ser encontrado
em iseclab.org/papers/weis2010.pdf.
Texto Anterior: Bloqueadores de pornografia Próximo Texto: Redes sociais superam pornografia, dizem estudos Índice
|