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Ressurreição
Empresas reaproveitam sucesso de clássicos das décadas de 1980 e 1990 com relançamentos de versões para atuais consoles e até para iPad
DE SÃO PAULO
Os emuladores sempre foram uma das principais formas que os fãs de consoles
antigos encontraram de não
deixarem seus games do coração morrerem. Mas, após
anos tratados como abandonwares -softwares cuja
comercialização foi descontinuada-, a situação desses
clássicos mudou.
A Capcom, por exemplo,
disponibilizou a coletânea
Capcom Arcade na loja virtual da Apple. Assim, games
consagrados como Street
Fighter II e Ghouls "N Ghosts
podem ser jogados no iPhone, iPad e iPod touch.
Outra franquia de sucesso
também já está disponível
nos aparelhos da companhia
de Steve Jobs: Duke Nukem
3D foi lançado para os portáteis em 2009.
Mas, antes disso, a atual
geração de consoles de mesa
(Wii, Xbox 360 e PlayStation
3) trouxe lojas virtuais que
comercializam, por download, jogos "das antigas" para diversos consoles. Assim,
donos de Wii podem jogar o
clássico Super Mario Bros
(NES, 1985), os de PS3 têm à
disposição o inesquecível Final Fantasy VII (PlayStation, 1997), e quem possui
um Xbox 360 pode contar
com os tiroteios de Perfect
Dark (Nintendo 64, 2000).
"Isso poderia incentivar
uma caça às bruxas", afirma
Marcelo Matos, advogado e
gamer, sobre a violação, por
emuladores, de propriedade
intelectual de softwares, protegida pela lei 9.609 no Brasil. "Na prática, não acho que
as empresas gastariam tempo e dinheiro com advogados
para caçar usuários domésticos", diz Matos.
A lei de software, porém,
possui ressalvas. Segundo o
artigo 6, alguém que adquire uma licença de um determinado programa pode fazer
uma única cópia para fins de
backup ou, sem alterar suas
características essenciais, incorporá-lo a um sistema indispensável à necessidade
do usuário.
"No meu entender, parece
claro que quem possui o jogo
original poderá ter a ROM
[cópia do game executada
por emuladores] como backup, ou usá-la em um emulador se não tiver mais o videogame original", diz Matos.
"Há quem discorde e ache
que não pode ser usada ROM
de forma alguma, porque os
jogos nem sempre são só um
programa de computador",
completa. A controvérsia
vem do fato de que alguns
cartuchos possuíam uma
parte física -como processadores próprios- que pode
ser alvo de patentes.
(LUIZ GUSTAVO CRISTINO)
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