São Paulo, quarta-feira, 06 de abril de 2011

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ENTREVISTA MIKE MCCUE

Vamos ter o Flipboard em outros dispositivos

SERVIÇO VAI INTEGRAR MAIS REDES SOCIAIS, REVELA SEU CRIADOR

Paul Sakuna - 26.fev.08/Associated Press
Mike McCue, criador do Flipboard

DIÓGENES MUNIZ
EDITOR DE MULTIMÍDIA

Eleito uma das 50 maiores invenções de 2010 pela revista "Time", o aplicativo gratuito para iPad Flipboard está pronto para surfar em outras pranchetas. É o que revela, em entrevista exclusiva à Folha, o criador do programa, Mike McCue.
A plataforma racionaliza e apresenta, num visual de revista, a enxurrada de conteúdo compartilhado nas redes sociais. Basta cadastrar sua conta de Twitter ou Facebook para que a revista comece a ser montada diante dos seus olhos, em tempo real, conforme as páginas vão sendo viradas.
São os amigos do usuário os responsáveis pelo conteúdo: tudo o que é postado pelos contatos entra no filtro automático do Flipboard.
O que mais impressiona para quem navega pela primeira vez é a interface. O programa dá à tela multitoque do iPad um uso bastante familiar (o de "virar a página"). Não por acaso, foi eleito pela própria Apple o melhor aplicativo de 2010 para iPad.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

 

Folha - Como surgiu a ideia do Flipboard?
Mike McCue
- Queríamos tornar mais fácil a busca por notícias, informações, fotos e outras atualizações que fossem importantes dentro das redes sociais. O problema na época era que, para se manter atualizado, era preciso checar e-mail, Twitter, Facebook, Orkut, blogs e sites novos. Além de ser bastante trabalhoso, isso demanda que o indivíduo abra um monte de links.
A missão do Flipboard é melhorar como pessoas descobrem, veem e dividem conteúdo em suas redes sociais. Já que o Flipboard processa os links e as imagens direto na revista criada pelo usuário, não é preciso mais fazer longas varreduras em listas de posts e clicar em um link depois do outro.
Curiosamente, comecei a pensar no Flipboard antes de o iPad existir, ou seja, no início pensávamos que tínhamos criado um produto para a web. Quando o iPad surgiu, percebemos que era o formato perfeito.

Quais são os planos para os próximos meses?
Vamos expandir o número de redes sociais que poderão ser adicionadas ao Flipboard. Também vamos ter o Flipboard em outros dispositivos. Além disso, começamos a trabalhar com publicações para tornar o conteúdo que elas produzem para a web mais bonito. Entre nossos parceiros já estão "The Washington Post Magazine", "Rolling Stone" e "Elle".

Há planos de colocar o Flipboard em outras plataformas, com Android, por exemplo, ou para outros dispositivos, como o iPhone?
Vemos o iPad como um ponto de partida e nós definitivamente queremos levar o Flipboard para outros dispositivos e plataformas.
Por termos investido no [sistema operacional móvel da Apple] iOS, pretendemos trabalhar mais com os dispositivos que usam iOS primeiramente [caso do iPhone]. Mas, conforme o Android vai chegando ao mercado de tablets e confome vamos vendo um ou outro [tablet] emergindo como líderes desse mercado, buscaremos uma maneira de embarcar nessa plataforma também.

Há algum plano de incluir a localização geográfica como parâmetro de apresentação das notícias no Flipboard?
Isso é algo que consideraremos fazer. Conteúdo com base na localização é algo muito empolgante para todos nós por aqui e pode fazer a leitura do Flipboard mais relevante para cada usuário.

Como é o fluxo de audiência?
Nosso horário nobre é às 23h, o que significa que muitas pessoas leem o Flipboard na cama, antes de dormir. É bem parecido com o que fazem com as revistas e outras leituras de lazer.

Como tem sido a relação com os grupos de mídia?
Bastante positiva. Centenas de publicações muito boas entraram em contato com a gente e começamos um teste com uma dúzia delas.

Como o Flipboard se paga?
Ainda estamos desenvolvendo o nosso modelo de negócio, mas o Flipboard já arrecadou US$ 10,5 milhões em capital de risco das empresas de investimentos Kleiner Perkins Caufield & Byers e Index Ventures. Podemos mostrar aos nossos leitores belíssimos anúncios de página inteira. Esses tipos de anúncio fazem parte de um teste que começamos em dezembro.

Como os usuários estão reagindo a esses testes?
Anúncios bonitos de páginas grandes são familiares aos leitores que costumam ler revistas e também acabam empolgando as publicações e as marcas anunciantes.

Você trabalhava no Vale do Silício durante o estouro da bolha ponto.com, no começo da década passada. Que lição tirou daquela época?
Aprendi muito com a evolução do Vale do Silício desde aquela época. Todos aprendemos, sobretudo a continuar pequenos, a contratar pessoas que estejam verdadeiramente apaixonadas pela ideia de construir um ótimo produto e a fazê-lo a longo prazo. A construção de uma pequena empresa é tão difícil quanto a de uma grande. É preciso sempre mirar na melhor ideia possível.

CONHEÇA MIKE MCCUE
ORIGEM Woodstock, Nova York (EUA)
IDADE 43 anos
CARGOS Executivo-chefe do Flipboard (lançado em julho de 2010) e membro do conselho diretor do Twitter
FORMAÇÃO Não chegou a fazer faculdade. Aos 17 anos, dedicava-se a criar seus próprios videogames em casa. Aos 19, já era funcionário da IBM. Fundou sua primeira companhia, a Paper Software, quando tinha 21 anos
TWITTER @mmccue




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