São Paulo, quarta-feira, 06 de abril de 2011 |
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ENTREVISTA MIKE MCCUE Vamos ter o Flipboard em outros dispositivos SERVIÇO VAI INTEGRAR MAIS REDES SOCIAIS, REVELA SEU CRIADOR
DIÓGENES MUNIZ EDITOR DE MULTIMÍDIA Eleito uma das 50 maiores invenções de 2010 pela revista "Time", o aplicativo gratuito para iPad Flipboard está pronto para surfar em outras pranchetas. É o que revela, em entrevista exclusiva à Folha, o criador do programa, Mike McCue. A plataforma racionaliza e apresenta, num visual de revista, a enxurrada de conteúdo compartilhado nas redes sociais. Basta cadastrar sua conta de Twitter ou Facebook para que a revista comece a ser montada diante dos seus olhos, em tempo real, conforme as páginas vão sendo viradas. São os amigos do usuário os responsáveis pelo conteúdo: tudo o que é postado pelos contatos entra no filtro automático do Flipboard. O que mais impressiona para quem navega pela primeira vez é a interface. O programa dá à tela multitoque do iPad um uso bastante familiar (o de "virar a página"). Não por acaso, foi eleito pela própria Apple o melhor aplicativo de 2010 para iPad. Leia a seguir os principais trechos da entrevista. Folha - Como surgiu a ideia do Flipboard? Mike McCue - Queríamos tornar mais fácil a busca por notícias, informações, fotos e outras atualizações que fossem importantes dentro das redes sociais. O problema na época era que, para se manter atualizado, era preciso checar e-mail, Twitter, Facebook, Orkut, blogs e sites novos. Além de ser bastante trabalhoso, isso demanda que o indivíduo abra um monte de links. A missão do Flipboard é melhorar como pessoas descobrem, veem e dividem conteúdo em suas redes sociais. Já que o Flipboard processa os links e as imagens direto na revista criada pelo usuário, não é preciso mais fazer longas varreduras em listas de posts e clicar em um link depois do outro. Curiosamente, comecei a pensar no Flipboard antes de o iPad existir, ou seja, no início pensávamos que tínhamos criado um produto para a web. Quando o iPad surgiu, percebemos que era o formato perfeito. Quais são os planos para os próximos meses? Vamos expandir o número de redes sociais que poderão ser adicionadas ao Flipboard. Também vamos ter o Flipboard em outros dispositivos. Além disso, começamos a trabalhar com publicações para tornar o conteúdo que elas produzem para a web mais bonito. Entre nossos parceiros já estão "The Washington Post Magazine", "Rolling Stone" e "Elle". Há planos de colocar o Flipboard em outras plataformas, com Android, por exemplo, ou para outros dispositivos, como o iPhone? Vemos o iPad como um ponto de partida e nós definitivamente queremos levar o Flipboard para outros dispositivos e plataformas. Por termos investido no [sistema operacional móvel da Apple] iOS, pretendemos trabalhar mais com os dispositivos que usam iOS primeiramente [caso do iPhone]. Mas, conforme o Android vai chegando ao mercado de tablets e confome vamos vendo um ou outro [tablet] emergindo como líderes desse mercado, buscaremos uma maneira de embarcar nessa plataforma também. Há algum plano de incluir a localização geográfica como parâmetro de apresentação das notícias no Flipboard? Isso é algo que consideraremos fazer. Conteúdo com base na localização é algo muito empolgante para todos nós por aqui e pode fazer a leitura do Flipboard mais relevante para cada usuário. Como é o fluxo de audiência? Nosso horário nobre é às 23h, o que significa que muitas pessoas leem o Flipboard na cama, antes de dormir. É bem parecido com o que fazem com as revistas e outras leituras de lazer. Como tem sido a relação com os grupos de mídia? Bastante positiva. Centenas de publicações muito boas entraram em contato com a gente e começamos um teste com uma dúzia delas. Como o Flipboard se paga? Ainda estamos desenvolvendo o nosso modelo de negócio, mas o Flipboard já arrecadou US$ 10,5 milhões em capital de risco das empresas de investimentos Kleiner Perkins Caufield & Byers e Index Ventures. Podemos mostrar aos nossos leitores belíssimos anúncios de página inteira. Esses tipos de anúncio fazem parte de um teste que começamos em dezembro. Como os usuários estão reagindo a esses testes? Anúncios bonitos de páginas grandes são familiares aos leitores que costumam ler revistas e também acabam empolgando as publicações e as marcas anunciantes. Você trabalhava no Vale do Silício durante o estouro da bolha ponto.com, no começo da década passada. Que lição tirou daquela época? Aprendi muito com a evolução do Vale do Silício desde aquela época. Todos aprendemos, sobretudo a continuar pequenos, a contratar pessoas que estejam verdadeiramente apaixonadas pela ideia de construir um ótimo produto e a fazê-lo a longo prazo. A construção de uma pequena empresa é tão difícil quanto a de uma grande. É preciso sempre mirar na melhor ideia possível. CONHEÇA MIKE MCCUE ORIGEM Woodstock, Nova York (EUA) IDADE 43 anos CARGOS Executivo-chefe do Flipboard (lançado em julho de 2010) e membro do conselho diretor do Twitter FORMAÇÃO Não chegou a fazer faculdade. Aos 17 anos, dedicava-se a criar seus próprios videogames em casa. Aos 19, já era funcionário da IBM. Fundou sua primeira companhia, a Paper Software, quando tinha 21 anos TWITTER @mmccue Texto Anterior: Atalho - José Antonio Ramalho: Aprenda a sortear prêmios para seus amigos do Twitter Próximo Texto: Shift 2 é simulador realista com modo on-line robusto Índice | Comunicar Erros |
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