São Paulo, quarta-feira, 06 de julho de 2011

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Facilidades atraem desenvolvedores de jogos

THÉO AZEVEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se você gosta de jogar no seu iPhone ou iPad, é bem provável que já tenha se deparado com games desenvolvidos por brasileiros -sejam empresas especializadas ou criadores independentes.
A popularização dos objetos de desejo da Apple, somada à facilidade para criar e lançar jogos na loja virtual App Store, abriu novas oportunidades para os produtores tupiniquins.
Cerca de dois anos atrás, a MusiGames, produtora de Recife especializada em games musicais, lançou Drums Challenge para iPhone.
O simulador de bateria, que posteriormente chegaria também ao iPad, foi baixado mais de 100 mil vezes a US$ 0,99 (cerca de R$ 1,60) por cada cópia.
"Foi um ótimo resultado, que colocou o Brasil em evidência", comemora Américo Amorim, diretor da MusiGames.
A performance de Drums Challenge despertou o interesse da Sony, que lançou uma versão do game na PS Network, para jogar no PlayStation 3 e no PSP. "Os grandes publicadores só conversam com desenvolvedores que tenham jogos de sucesso no currículo", explica Amorim.
"No nosso caso, depois do Drums Challenge, as conversas ficaram bem mais fáceis", completa.

LIXO EXTRAORDINÁRIO
Outro jogo brasileiro que emplacou no iPhone foi GarbageMan -também a US$ 0,99-, cujo protagonista é um coletor de lixo da cidade de São Paulo, trajado inclusive com o característico uniforme laranja.
O objetivo do passatempo é justamente limpar as ruas da cidade.
O tema deu certo: foram mais de 15 mil downloads em 60 países diferentes.
"[Com o GarbageMan] queríamos entender melhor como funcionavam as coisas dentro desse modelo de negócio em que você cuida do produto do começo ao fim e ainda tem um longo trabalho para mantê-lo vivo e ganhando cada vez mais espaço", afirma Alexandre Souza, diretor da Doubleleft.
Agora, a empresa está prestes a lançar Bob Burnquist's Dreamland, jogo capitaneado pelo skatista brasileiro, para telefones celulares e iPhone.

IMBRÓGLIO NACIONAL
Por conta de um imbróglio entre a Apple e o Ministério da Justiça, não existe a categoria Jogos na App Store brasileira -o Ministério alega que a empresa não aceita colocar o símbolo nacional da classificação indicativa na loja virtual.
Por conta disso, os jogos que há estão listados na categoria entretenimento.
O analista de sistemas Renato Pessanha, de Sorocaba (SP), driblou com maestria e pioneirismo a limitação: são deles vários jogos baseados em passatempos tipicamente nacionais disponíveis na categoria entretenimento, como Truco, Palavras-Cruzadas e Forca.
"Quando fiz meu primeiro aplicativo para a App Store, já havia mais de 10 mil opções na loja, e creio que apenas duas ou três em português", conta Pessanha.
"Eu queria pôr a bandeirinha do Brasil por lá", completa. Hoje, mesmo sem a loja local, o Brasil já se faz ver em uma série de games e aplicativos.


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