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Desenvolvimento de software vira história de amor
DE SÃO PAULO
Tetraplégica há mais de 20
anos, a médica radiologista
Lenira Luna conta com uma
assistente para auxiliá-la a
operar o computador no trabalho. Mas ela queria poder
usar o micro em casa, sozinha, para lazer.
Viu uma entrevista na TV
com José Antonio Borges, do
núcleo de computação eletrônica da UFRJ, sobre tecnologia de acionamento por
voz. Imaginou que ali estaria
a solução que procurava.
Com estreita colaboração
de Luna, Borges começou a
desenvolver em março de
2002 o software Motrix (intervox.nce.ufrj.br/motrix),
que permite controlar o teclado e o mouse por meio de comandos de voz em inglês.
Um usuário tetraplégico
do Motrix, conta Borges, desenhou no programa AutoCAD uma peça mecânica
usando apenas a voz.
Atualmente, o Motrix só
funciona no Windows XP.
Por falta de financiamento, o
desenvolvimento de uma
versão compatível com Windows 7 está paralisado.
Ao longo da criação do Motrix, Borges e Luna se apaixonaram. Casados, eles estão
juntos há quase nove anos.
Luna usa o programa até
hoje. Diz considerá-lo perfeito para suas necessidades e,
plena de ternura, elogia o
marido: "É um gênio".
(RC)
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