São Paulo, quarta-feira, 08 de setembro de 2010

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Melodrama espacial

Ousado, Metroid: Other M inova a série de aventuras com controles variados e cenas de computação gráfica no Nintendo Wii

CLAUDIO PRANDONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cavernas sombrias para explorar, alienígenas espreitando em cada canto e uma bela e corajosa heroína enfrentando tudo isso.
Parece enredo de filme de ficção científica, mas serve também para resumir Metroid: Other M, novo episódio da série da Nintendo que chegou no fim de agosto exclusivamente para o Wii.
O jogo recicla elementos de sucesso da franquia, que nasceu em 1986, no antigo Nintendinho, mas não deixa de lado uma boa dose de ousadia e criatividade.
A principal novidade fica por conta de um enredo elaborado e contado por cenas em computação gráfica. Muitas dessas animações trazem detalhes inéditos sobre o passado da protagonista Samus Aran, que, pela primeira vez, possui dublagem em um jogo da série.
Em outro exemplo, os gráficos são tridimensionais, mas a mecânica lembra aventuras em 2D -em muitas situações, basta segurar o controle em uma direção para Samus fazer curvas e transpor obstáculos.
Além disso, é possível também, a qualquer momento, apontar o controle do Wii para o televisor e alternar para a visão em primeira pessoa, o que possibilita explorar detalhes do cenário e usar armamentos mais potentes, como mísseis.
Fruto de uma parceria inédita entre a Nintendo e a produtora japonesa Tecmo, Other M contou com auxílio do estúdio Team Ninja no desenvolvimento, o mesmo responsável por jogos das séries Ninja Gaiden e Dead or Alive.
A influência da equipe aparece nos combates, com movimentos de esquiva velozes e golpes coreografados.
A mistura de elementos nos controles e o uso intensivo de animações para contar um enredo mais sentimental são passos novos e ousados para a franquia, mas não funcionam tão bem quanto se esperaria de um título de primeira linha da Nintendo.
A transição para a perspectiva em primeira pessoa é lenta e desajeitada, atrapalhando principalmente nos combates decisivos contra chefes.
Já o roteiro é piegas e marcado por diálogos fracos e repletos de clichês.
As falhas tiram brilho do jogo e o impedem de ser o arrasa-quarteirões prometido pela Nintendo.
Ainda assim, o game carrega todas as características fundamentais de um título da série, como diversos ambientes para explorar, vários poderes diferentes e batalhas empolgantes.
Certamente não é o melhor Metroid de todos os tempos, mas faz um bom trabalho em honrar o nome que carrega.


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