São Paulo, quarta-feira, 09 de novembro de 2011

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Android em pedaços

Sistema móvel do Google completa quatro anos, e usuários ainda não sabem se seus aparelhos estão aptos a receber a versão mais nova

RAFAEL CAPANEMA

DE SÃO PAULO

Neste sábado, o Android completou quatro anos.
Sistema operacional móvel mais popular do mundo, ele tem muito a comemorar, mas uma palavra ainda o assombra: fragmentação.
Na semana passada, o Google revelou que a versão Gingerbread (2.3.x), anunciada em dezembro de 2010, finalmente se tornara a edição mais popular do sistema.
Duas semanas antes, a empresa havia anunciado uma nova versão do sistema, a 4.0, de codinome Ice Cream Sand-wich (sanduíche de sorvete).
Proprietários de celulares com Android ainda não sabem se poderão desfrutar das novidades da versão 4.0, como o destravamento por reconhecimento facial e a interface recauchutada.
Como os fabricantes e as operadoras de celular são livres para modificar o Android, fica a critério delas se os aparelhos receberão atualizações ou não -diferentemente da Apple, que controla esse processo no iPhone.
A exceção no mundo fragmentado do Android é a linha Nexus, cujos aparelhos levam a marca do Google e recebem atualizações diretamente da gigante das buscas.
No mês passado, porém, proprietários do Nexus One, anunciado em janeiro de 2010, receberam com frustração a notícia de que o aparelho não receberá a versão 4.0.
Sites de tecnologia lembraram, como contraponto, que o iPhone 3GS, nove meses mais velho que o Nexus One, está habilitado a rodar o iOS 5, a versão mais recente.
Assim como o Google, a Microsoft licencia o Windows Phone para diversos fabricantes, mas detém o controle sobre as atualizações -todos os aparelhos lançados até hoje são compatíveis com a versão mais recente, a 7.5.
O blogueiro Michael DeGusta criou um infográfico (bit.ly/fragand) com os aparelhos com Android à venda nos EUA e as atualizações que eles receberam. "Comparei essas datas e versões às edições mais novas do Android à época. O resultado não é bonito -bem, não para usuários do Android", escreveu.
Um caso exemplar no Brasil foi o do Milestone, da Motorola. Lançado com a versão 2.0 em 2009, ele ganhou atualização para a 2.1, mas a empresa anunciou que o aparelho não receberia a 2.2, já que apenas 10% dos usuários haviam feito o update anterior.
Diante da mobilização de usuários na internet, porém, a empresa voltou atrás e liberou a versão 2.2. Mas parou por aí: o aparelho não receberá mais atualizações.
O celular mais recente da Motorola com Android, o Razr, será atualizado para a versão 4.0.
"Nós não acreditamos em fragmentação -este é o passo de inovação do Android", afirmou o Google à Folha, em nota. "O que acontece são que os dispositivos mais antigos algumas vezes não suportam atualização devido a seu hardware -e isso é o que chamamos de legado."


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