São Paulo, quarta-feira, 09 de novembro de 2011

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Inquieto, Google cancela um terço dos serviços que cria ou adquire

Contagem da Folha mostra que empresa já lançou 174 produtos, dos quais 31% foram extintos

No mês passado, o Buzz e o Labs foram encerrados; mudanças frequentes são parte da filosofia, diz empresa

LEONARDO LUÍS

DE SÃO PAULO

Na semana passada, um aplicativo oficial do Gmail para iOS, aguardado há muito tempo por usuários de iPhone, iPad e iPod touch, apareceu na App Store. Horas depois, foi retirado pelo Google da loja da Apple.
"O aplicativo para iOS que lançamos hoje tinha um bug com as notificações. Nós o retiramos do ar para consertar o problema. Perdão pela confusão", disse uma porta-voz do Gmail via Twitter.
O incidente é um exemplo da falta de parcimônia do Google para lançar, mudar e destruir produtos e serviços.
Uma contagem feita pela Folha mostra que a empresa já criou ou adquiriu 174 produtos diferentes -à parte funções incluídas depois e versões para outros dispositivos- desde 1997, ano de lançamento do seu carro-chefe, o mecanismo de busca.
Cancelou 31% deles -sem contar com alguns que sofreram modificações profundas, como o Google Video, que deixou de aceitar uploads e virou um mero buscador.
Um dos projetos cancelados durou só um dia. O Google X, barra flutuante com serviços da empresa parecida com o Dock do Mac, ficou on-line de 15 a 16 de março de 2005. Veja uma emulação dele em bit.ly/vejaogooglex.
O X foi um dos projetos do Google Labs, espaço virtual que registrava os experimentos da empresa. Simbolicamente, o próprio Labs deixou de existir, em outubro. Em comunicado, o Google disse que fecharia seu laboratório on-line para "priorizar esforços".
Também no mês passado, a companhia anunciou que o Google Buzz, espécie de microblog que permite compartilhar conteúdo dentro do Gmail, vai ser encerrado.
A lista de cancelamentos de 2011 inclui ainda o Desktop e o Pack. Além disso, o Google Reader, embora continue vivo, ganhou versão em que recursos sociais importantes foram eliminados, a contragosto de muitos usuários.

CULTURA BETA
Segundo Felix Ximenes, diretor de comunicação do Google Brasil, mudanças frequentes fazem parte da filosofia da empresa.
"É comum lançarmos produtos ainda em fase beta. Aproveitando as reações dos usuários, tornamos nossos serviços cada vez mais relevantes para eles", afirma ele.
Com frequência, o Google dissemina serviços ainda em desenvolvimento por meio de convites -como no caso do Gmail e do Google+- ou abre as novidades aos poucos para seus usuários -especialmente com novas funções.
O critério para o segundo caso, diz Ximenes, é "um processo automático, definido por nossos engenheiros".


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