São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

3D ainda tem longo caminho pela frente

Qualidade das imagens melhora muito, mas há carência de conteúdo

Empresas mostram na CES, em Las Vegas, aparelhos 3D que não precisam de óculos especiais


Robyn Beck/France Presse
Conjunto de televisores 3D montado no estande da Panasonic

DO ENVIADO A LAS VEGAS

Televisores com capacidade de mostrar imagens que parecem ter três dimensões tomaram conta dos estandes da CES. Se os tablets de vários tamanhos atraíam olhares em balcões fechados, as TVs dominavam a paisagem em estandes gigantes, com demonstrações ao vivo da capacidade de capturar e apresentar imagens 3D.
Em alguns estandes, a novidade eram óculos mais leves, menos deselegantes, mais fáceis de usar. Mas o pulo do gato é o desenvolvimento de tecnologia 3D sem que seja necessário o uso do acessório.
A Toshiba já vende no Japão, desde o ano passado, uma linha de aparelhos 3D sem óculos; são televisores com tela de 12 polegadas que custam em torno de US$ 1.400 (cerca de R$ 2.500). A empresa experimenta a tecnologia em laptops e também demonstrou protótipos de TV 3D sem óculos em formato maior. Já a concorrente LG trouxe protótipo de tablet com 3D sem óculos.
Ainda nesse terreno, o mundo dos games também deve se beneficiar, pois a Nintendo promete para dia 26 de fevereiro seu videogame 3DS. Deve chegar em breve ao mercado, custando em torno de US$ 300 (cerca de R$ 520).
Enquanto não se consolida a tecnologia 3D sem óculos, a indústria procura de todas as formas demonstrar a viabilidade dos aparelhos no atual estágio.
LG, Panasonic, JVC e Samsung, dentre outras, faziam impressionantes apresentações em aparelhos de diversos tamanhos.
É certo que as imagens estão muito melhores, mostradas em telas mais brilhantes, com cores esplêndidas, especialmente se você comparar com os modelos mais pedregulhosos em que o 3D veio ao mundo e engatinhou nos últimos dois anos.
Outro avanço importante é o maior ângulo de visão aceito pelas TVs 3D (nas primeiras demonstrações da tecnologia, há alguns anos, você deveria ficar em um ponto específico e olhar para o visor de uma certa forma, ou não conseguiria ter a ilusão de tridimensionalidade).
Na CES, muitas empresas apresentaram filmadoras 3D voltadas para o mercado doméstico, custando em torno de US$ 1.000 (R$ 1.750). No outro extremo, havia aparelhos profissionais, de altíssima resolução, que chegam ao mercado por US$ 21 mil (R$ 37 mil).

FALTA CONTEÚDO
Para o verdadeiro "couch potato", apelido dado nos EUA ao maníaco por TV que passa o dia no sofá comendo batatinhas fritas e exercitando os dedos no controle remoto, isso não é sedução suficiente. Ainda que alguns canais da TV paga estejam transmitindo sua programação em 3D, como demonstrado no estande da Panasonic, a oferta é pequena para alavancar as vendas de uma nova geração de televisores, em momento tão perto da recente onda de LCD/Plasma.
Em 2010, a indústria vendeu mais de 1 milhão de televisores 3D no mundo, o que nem de longe indica uma corrida para a nova tecnologia, mas também não é desesperador para os fabricantes. Afinal, no seu primeiro ano no mercado, os tocadores Blu-ray, os televisores de alta definição e os aparelhos com tela LED venderam cada um menos de 1 milhão de unidades, lembra John Revie, vice-presidente sênior da Samsung para a área de entretenimento doméstico.
Para complicar as coisas, surgem outras vertentes de entretenimento televisivo, como as chamadas TVs inteligentes, em que o adjetivo serve tanto para demonstrar as capacidades internéticas do aparelho como para evidenciar suas possibilidades de adaptação ao ambiente, acertando fatores como iluminação ou som.
(RODOLFO LUCENA)


Texto Anterior: Teste USP: Com design arrojado, MSI GT660 é boa opção para jogos
Próximo Texto: Câmeras divertidas também têm lugar no mar de alta tecnologia
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.