São Paulo, quarta-feira, 13 de julho de 2011

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Em países com censura à rede, cidadãos buscam alternativas

Acesso a redes sociais é privilégio em certas partes do mundo

DE SÃO PAULO

No dia 1º de julho, cerca de 50 cubanos que têm Twitter se reuniram pessoalmente para contar suas experiências com a rede social e debater sobre as dificuldades que enfrentam para usar a internet.
No evento, chamado de TwittHab, falaram também sobre o cabo venezuelano de fibra ótica que chegou a Cuba há poucos meses e deve melhorar a condição da conexão à internet no país --antes, a conexão discada era a única opção em Cuba.
Os 50 tuiteiros fazem parte do ínfimo contingente de cubanos que dribla as restrições e arranja maneiras de acessar redes sociais.
Além das dificuldades técnicas, barreiras políticas afetam os internautas de Cuba. Fora de hotéis, só alguns privilegiados têm acesso à rede. Aos cidadãos comuns, resta uma intranet (rede interna) com poucas opções: sites do governo, alguns portais de notícias liberados pelas autoridades, uma enciclopédia e um serviço de e-mail.
Neste ano, junto com outras nove nações, o país caribenho foi listado mais uma vez como um "inimigo da internet" pela ONG internacional RWB (Reporters Without Borders), cujo objetivo é promover a liberdade de imprensa no mundo.
Anualmente, no dia 12 de março, a organização celebra o Dia Mundial Contra a Censura na Internet e divulga um balanço da censura à rede nas nações, classificando-as em duas categorias: as inimigas da internet e as que estão sob observação.
Segundo o documento deste ano (12mars.rsf.org), o aparato mais sofisticado de censura à internet está na China. Além de restringir o acesso a redes sociais como o Facebook e o Twitter, o governo chinês impede a entrada em páginas internacionais que contenham certas palavras, como "democracia" e "direitos humanos".
Na Síria, outra nação considerada inimiga da internet pela RWB, o Facebook e o Twitter só foram liberados em fevereiro de 2011.
Antes da permissão do governo, o Facebook já era bastante popular entre os sírios, que arranjavam alternativas para burlar os bloqueios.
Em novembro de 2010, o governo da Arábia Saudita, também inserido entre os inimigos da internet, promoveu um bloqueio temporário do Facebook, com a justificativa de que o site estaria violando os valores morais do país.
A RWB diz que os sauditas têm usado o Facebook com frequência para fazer mobilizações de índole política.
Em 2010, uma internauta saudita criou um grupo para protestar contra o veto à contratação de mulheres em lojas de lingerie. Mais de 11 mil pessoas já aprovaram a iniciativa com o botão "Curtir".
Os outros "inimigos da internet" são Burma, Irã, Coreia do Norte, Turcomenistão, Uzbequistão e Vietnã. (LEONARDO LUÍS)


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