São Paulo, quarta-feira, 14 de julho de 2010

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No Brasil, ciber-humor é pulverizado

Blogs e sites, sem relação entre si, criam piadas com a colaboração dos internautas e recebem milhares de visitas

KibeLoco, Charges.com e Humortadela são alguns dos símbolos do humor brasileiro feito na internet


ALEXANDRE ORRICO
DE SÃO PAULO

No Brasil ninguém ocupa o trono de imperador do humor, com redes de sites e produtos licenciados. O que é comum de ver em terras tupiniquins é o site que surgiu por hobbie, diversão ou até mesmo por acaso e acabou tomando grandes proporções.
É o caso do KibeLoco (www.kibeloco.com.br), um dos sites de humor mais visitados do Brasil, com cerca de 100 mil visitas diárias segundo o medidor on-line Alexa.com.
"Eu era funcionário de um banco de investimentos quando comecei a mandar fotomontagens para uns amigos do trabalho. Logo criei um blog", diz o publicitário Antonio Tabet, fundador do site.
Blogs como o Sedentário Hiperativo (www.sedentario.org) e o Jacaré Banguela (www.jacarebanguela.com.br), ambos na casa de 25 mil visitas diárias, também começaram de forma despretensiosa. Até hoje mantêm uma estética caseira no layout, mas já figuraram no top 10 dos blogs mais acessados do Brasil.

PIONEIROS
Dois sites se aventuraram a levar as piadas para o mundo virtual quando a internet ainda era coisa para poucos. Humortadela (www.humortadela.com) e Charges.com já espalhavam, há cerca de 10 anos, boas piadas em forma de charges animadas e são até hoje referência.
Maurício Ricardo, fundador do Charges, ganhou notoriedade principalmente quando fez animações para o programa "Big Brother Brasil", da Globo.
O fio condutor de todos os sites citados é a atualidade das brincadeiras. Todos têm como base piadas com assuntos quentes; Copa do Mundo, eleições ou quaisquer outros assuntos que estejam na boca do povo.
A explosão do Twitter, do Tumblr e de diversas outras ferramentas simples de usar deve amplificar a tendência da lógica do humor on-line brasileiro, mais pulverizado e muitas vezes mais amador do que o norte-americano.
"Cada pessoa se sente uma emissora, um editor de si mesmo" diz Tabet.
Segundo Maurício Ricardo, ficou mesmo fácil criar com as novas ferramentas. "Mas quanto mais fácil, mais tosco é o conteúdo. E a saturação do tosco é rápida. Modismos são despachados a todo momento", diz.

COLABORAÇÃO
Diferentemente da essência empresarial do ICanHasCheezburger, que tem funcionários para produzir conteúdo e identificar tendências que possam gerar novos endereços e produtos, os sites de humor brasileiros se apoiam bastante na colaboração de usuários.
O KibeLoco sempre publica sugestões de piadas ou fotomontagens e o Charges. com conta com os internautas para dar ideias que ajudem Maurício a manter a média de um minuto de animação por dia. "Meu site tem uma audiência cativa. Mais de 60% entram direto no endereço Charges.com", conta Maurício.


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