São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2011

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ANÁLISE FILMES POR STREAMING

Serviço pode virar alternativa real à pirataria

Experiência nos EUA mostra que usuário está disposto a pagar por filmes; acesso restrito à banda larga é entrave

ANDRÉ BARCINSKI

CRÍTICO DA FOLHA

O Netflix, que chega agora ao Brasil, já é nos EUA uma potência com quase 23 milhões de assinantes. Calcula-se que, à noite, responda por mais de 40% da banda larga usada no país.
Mas esse poder todo é benéfico ou prejudicial aos estúdios de cinema?
Por um lado, Hollywood está preocupada com o crescimento do Netflix, já que o serviço derrubou a venda de DVDs, mas, por outro, o Netflix tem sido uma arma eficiente contra a pirataria.
Explica-se: é muito mais fácil ver um filme via "streaming" do que baixá-lo. E consumidores parecem dispostos a pagar um preço baixo para assistir a filmes em boa qualidade de som e imagem, em vez de pirateá-los.
O total de downloads ilegais nos EUA, que já foi de quase 30% do total de consumo de banda larga no país, hoje não passa de 8%.
E no Brasil? Esse cenário tende a se repetir?
Estamos alguns anos atrasados, especialmente no acesso à banda larga. Dos 42 milhões de brasileiros ligados à rede, menos de 6% têm internet de alta velocidade.
Isso ajuda a explicar por que serviços de "streaming" ainda não são uma potência de mercado, e por que muitos consumidores ainda apelam para downloads ilegais para ter seus filmes ou séries favoritos em casa.
Além de ser contra a lei, baixar filmes dá um trabalho gigante, exige conhecimento técnico e expõe o equipamento ao risco de vírus.
Podemos supor que, se o serviço do Netflix e dos similares nacionais superaram as barreiras de infraestrutura e conseguirem se estabelecer como uma alternativa barata e eficiente, o número de brasileiros fazendo downloads ilegais deverá cair, como acontece nos EUA.
À primeira vista, o Netflix brasileiro impressiona pela rapidez e praticidade, mas ainda sofre com o acervo pequeno e muito incompleto.
Usar o serviço é simples, e a qualidade de imagem parece boa, especialmente para quem tem conexão rápida.
Mas é impossível não se aborrecer com o material escasso. Uma busca por "Steven Spielberg", por exemplo, resultará em só cinco filmes do diretor. Sem "E.T." nem "Caçadores da Arca Perdida".


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