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Kinect aponta para o futuro da computação, dizem especialistas
Acessório da Microsoft para Xbox 360 deve inspirar novas formas de interação com eletrônicos
Movimentos corporais simples e comandos de voz podem suplantar botões e interfaces sensíveis ao toque
DE SÃO PAULO
Imagine que você queira
ver na televisão as fotos que
tirou no celular. É só fazer um
simples gesto: mover sua
mão da telinha do telefone
em direção à telona da sala
de estar. Pronto.
Para passar de uma foto
para outra, basta mexer a
mão no ar da direita para a
esquerda e vice-versa (você
também pode usar o pé ou a
cabeça, se preferir).
Para dar um zoom em um
detalhe de uma fotografia, é
só afastar uma mão da outra.
Assim, sem cabos, sem
configurações difíceis e sem
encostar em botões ou telas.
Depois do Kinect, esses tipos de interação com dispositivos eletrônicos devem se
tornar comuns nos próximos
anos, afirmam especialistas.
Isso significa, entre outras
coisas, que está cada vez
mais próxima a realização do
sonho nerd de usar interfaces futurísticas como as vistas em "Minority Report - A
Nova Lei" (2002), filme de
Steven Spielberg baseado na
obra de Philip K. Dick e estrelado por Tom Cruise.
"O Kinect é para as interfaces multitoque o que o mouse foi para o DOS", diz James
McQuivey, analista de estratégia de produtos de consumo da Forrester, referindo-se
ao sistema baseado em linhas de comando, suplantado pelas interfaces gráficas.
Segundo McQuivey, o Kinect representa "uma forma
nova e dramaticamente natural de interagir não apenas
com a TV e com computadores, mas com toda máquina
que conceberemos no futuro". Ele aposta que, em dez
anos, 70% dos lares terão esse tipo de tecnologia (leia em bit.ly/kinforr).
COMANDOS DE VOZ
A possibilidade de jogar
sem controles, usando o corpo inteiro, acabou por ofuscar um pouco outro recurso
importante do Kinect: o de
comandar o videogame
usando a voz.
A funcionalidade, que já
se encontra em celulares com
Android, por exemplo, deve
se expandir ainda mais para
outros tipos de dispositivo.
"A experiência do Kinect é
tão cativante que eu me pego
olhando para meus outros
eletrônicos com desprezo",
escreveu Seth Schiesel, crítico de videogame do "New
York Times" (nyti.ms/kinnyt). "Não quero ter que decorar os números dos canais.
Por que não posso apenas dizer "DirecTV, CNN" ou "DirecTV, Fox'? Por que não posso dizer "aparelho de som, rádio" ou "aparelho de som,
iPod'?".
(RAFAEL CAPANEMA)
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