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Vírus é apontado como causa de acidente aéreo
Tragédia na Espanha levanta a questão sobre ação de pragas virtuais
Computadores de manutenção em terra correm os maiores riscos, mas chances de desastres são pequenas
20.08.08/Efe
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Destroços do avião da Spanair que caiu em 2008; vírus teria causado acidente
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
É possível um vírus de
computador ou um ataque
por hackers derrubar um
avião? Quando se fala em
guerra cibernética, é impossível não tocar na questão
-dada a atração que terroristas têm por aeronaves.
No dia 20 de agosto de
2008, o voo 5022 da Spanair
tinha como destino final as
ilhas de Gran Canaria. Mas,
ao decolar no aeroporto de
Barajas, em Madri, ele teve
problemas. Resultado: 154
mortos, entre eles um brasileiro, e 18 feridos.
Dois anos depois, o jornal
"El País" levantou a hipótese
de que a causa do acidente
tenha sido um vírus em um
computador de manutenção
-mesmo com o relatório final ainda não concluído.
Nem se discute se houve
ataque terrorista. O que chama atenção nisso é a possibilidade da ação de um malware contra um avião.
Segundo especialistas em
aviação e empresas de segurança ouvidos pela Folha,
em teoria isso pode acontecer. Porém os rigorosos processos aos quais os softwares
usados na aviação são submetidos tornam quase impossíveis as chances de um
desastre por pragas virtuais.
Joacy Freitas, especialista
em segurança de software de
aviões, diz que não vê como
os computadores a bordo poderiam ser contaminados,
especialmente em voo.
Ele explica que aviões não
recebem dados externos
quando estão no ar (apenas
enviam), não usam sistemas
operacionais convencionais
e não possuem portas de conexão (como entradas USB).
Além disso, os softwares
usados em uma aeronave são
divididos em cinco grupos
com diferentes níveis de importância que não se comunicam entre si. É impossível,
por exemplo, uma rede Wi-Fi
para passageiros abrir o
avião para pragas.
Freitas diz que se alguém
em terra pudesse tentar infectar o avião, o software a
bordo detectaria as alterações e ele nem decolaria.
MANUTENÇÃO
Entre os computadores
que tratam de aviões, os que
correm maior risco são os de
manutenção, dizem os especialistas.
Mas, por si só, dificilmente
um deles derrubaria um
avião, que tem seus dados
analisados por dois sistemas
diferentes e independentes.
"Para acontecer alguma
coisa, teria que ter pane em
dois sistemas", diz o comandante Ronaldo Jenkins de Lemos, coordenador da comissão de segurança de voo do
Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias.
(BR)
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