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Nas entranhas do Facebook
Autor de livro que deu base a filme sobre a rede social comenta papel do brasileiro que participou da criação do serviço
AMANDA DEMETRIO
DE SÃO PAULO
Um nerd quase socialmente inapto de Harvard se torna
dono de um império nas redes sociais. No caminho para
o estrelato, cria inimigos e
-dizem- engendra traições.
As aventuras do dono do Facebook, Mark Zuckerberg, 26
anos e bilhões de dólares, tinham mesmo de virar filme.
Trata-se de "A Rede Social", que chega ao Brasil em
dezembro e traz o slogan "você não chega a 500 milhões
de amigos sem fazer alguns
inimigos". O filme é baseado
no livro "Accidental Billionaires" (Bilionários Acidentais, em tradução livre), de
Ben Mezrich, lançado nos Estados Unidos em 2009.
Mezrich teve como uma de
suas principais fontes o brasileiro Eduardo Saverin, que
se diz traído pelo hoje magnata. Os dois foram colegas
em Harvard e, juntos, fundaram o Facebook. Saverin entrou com o dinheiro e o tino
com os negócios; Mark, com
o seu conhecimento de computadores.
O Facebook cresceu assustadoramente -o site deve
anunciar nesta semana que
chegou ao meio bilhão de
usuários. Mas surgiram desavenças. Zuckerberg foi colocando Saverin para fora da
jogada, segundo o livro. A
briga foi parar na justiça.
O brasileiro não foi o único
inimigo feito por Zuckerberg.
Antes de lançar o Facebook,
ele havia sido contratado por
dois irmãos de Harvard, os
gêmeos Winklevoss, para colocar em prática uma ideia de
rede social, que colocaria a
vida social de Harvard on-line.
Zuckerberg não apenas
não fez o trabalho, como lançou o Facebook, algo extremamente parecido com a
ideia dos gêmeos, segundo
eles. Os Winklevoss apelaram para a Justiça, e Mark
chegou a ser condenado a
lhes pagar US$ 65 milhões.
Apesar disso, o dono do
Facebook não leva jeito para
vilão -pelo menos, no livro
em que se baseia o filme. Ele
é retratado como um excêntrico, desajeitado, sem tato
social e que quer ser aceito.
Não por acaso, a música que
embala o trailer de "A Rede
Social" é "Creep", do Radiohead. "Eu queria era ser especial", diz a letra.
O livro de Mezrich não foi
bem aceito pelo Facebook.
Ao contrário de "O Efeito Facebook", de David Kirkpatrick, que chega a comparar
Zuckerberg a Che Guevara.
No Brasil, menos de 2% da
população usa a rede, mas o
crescimento parece estar
acelerado, segundo o Inside
Facebook (insidefacebook.com). Talvez por isso o site
ainda seja difícil para alguns.
Nesta edição, entenda as
desavenças e saiba como explorar ao máximo as funções
dessa rede social.
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