São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2011

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Adeus, operadoras!

Aplicativos que permitem trocar mensagens de graça, sem envolvimento das telefônicas, ganham espaço entre usuários de celulares; veja como usar WhatsApp, Viber e outros programas

Letícia Moreira/Folhapress
Os publicitários Daphne Evangelista e Ian Castello
Branco que utilizam o WhatsApp


ALEXANDRE ORRICO
DE SÃO PAULO

Ian Castello Branco, 24, e Daphne Evangelista, 26, namoram há seis anos, vivem juntos num apartamento na Vila Mariana, em São Paulo, e trabalham na mesma agência de publicidade. Mas isso não os impede de trocar até dez mensagens diárias via telefone celular.
"Quando saímos separados, mando uma mensagem só para saber se está tudo bem. Às vezes quero só compartilhar uma imagem com ela ou fazer um comentário qualquer", conta Ian.
O casal é usuário do aplicativo WhatsApp, que permite a troca de mensagens gratuitas, entre celulares, com o uso da internet, sem interferência das operadoras. "Com esse programa temos um canal aberto 24 horas um com o outro", completa Ian.
Esses aplicativos, que tiram das telefônicas os lucros dos SMSs, ganham espaço no mercado. Além do Whats-App, são produtos como Facebook Messenger, Viber, iMessage (para iPhone), BBM (para BlackBerry OS) e GroupMe -este último comprado anteontem pela Microsoft, por meio do Skype.
Em julho, o Viber atingiu a marca de 12 milhões de usuários no mundo todo.
Na França, na Alemanha, na Itália, na Espanha e no Reino Unido, o WhatsApp passou de 198 mil para 2,1 milhões de usuários -alta de 934%-, apontam dados da consultoria comScore.
Segundo recente estudo do banco de investimento Schroders, o crescimento do tráfego de dados pode levar à redução nos gastos dos clientes com comunicações.
Daphne é um exemplo dessa tese: "Deixamos de fazer muitas ligações e de mandar mensagens normais. Se ele não existisse, provavelmente nós nos falaríamos menos. Mas, como temos 3G e a mensagem usa muito pouco do plano de dados, podemos fazer uso praticamente livre".
A possibilidade de pagar pouco ou nada por SMSs é ainda mais atraente no Brasil, onde o custo de envio de mensagens via operadoras é mais alto que a média.
Levantamento da consultoria Acision mostra que o valor do SMS aqui (que pode custar até R$ 0,35) chega a ser dez vezes maior que em alguns países da Europa e é mais que o dobro da média mundial (R$ 0,13).
Esses valores ajudam a explicar porque o brasileiro troca menos mensagens que norte-americanos e latinos.
Em 2010, mesmo com o aumento de 75% no uso de SMSs, o país registrou média mensal de 21 torpedos por pessoa. Entre argentinos, são mais de cem por mês. Entre venezuelanos, mais de 200.
Nos EUA, a média é de mais de 400 SMSs mensais.


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