São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2011

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Teles contra-atacam apps que substituem o SMS tradicional

Empresa holandesa tentou cobrar taxa extra para uso do WhatsApp; nos EUA, plano limitado de SMS foi extinto

Operadoras brasileiras dizem não ver serviços como ameaça, mas uso de smartphones no Brasil ainda é baixo


RAFAEL CAPANEMA
DE SÃO PAULO

Enquanto no Brasil as teles não veem os serviços alternativos de SMS como ameaça, operadoras estrangeiras já adotam medidas para tentar conter a perda de lucros com o torpedo tradicional.
No primeiro trimestre, o envio de SMS entre os clientes da operadora holandesa KPN diminuiu 8% em relação ao mesmo período de 2010.
Parte da queda foi atribuída ao sucesso do WhatsApp, que, até abril deste ano, havia sido instalado por nada menos que 85% dos usuários de Android da operadora.
A KPN tentou cobrar taxas extras de dados para usuários do aplicativo, manobra que foi impedida pela agência reguladora de telecomunicações da Holanda.
Para compensar as perdas com SMS, a KPN pretende ainda reajustar os preços de seus planos de dados.
Na semana passada, a operadora americana AT&T anunciou o fim do plano de SMS mais barato, que custava US$ 10 mensais e dava direito a envio e recebimento de mil mensagens.
Agora, os clientes devem optar entre o plano ilimitado, de US$ 20, ou por pagar US$ 0,20 a cada mensagem.
Embora a AT&T tenha alegado a intenção de "simplificar" seus planos de SMS, analistas enxergaram nesse movimento uma resposta a serviços alternativos de mensagens de texto, como o iMessage, da Apple, que permitirá a troca gratuita de torpedos entre usuários de iPhone, iPad e iPod touch e deve estrear nos próximos meses.
À Folha, as operadoras brasileiras afirmam que serviços como o WhatsApp não representam risco ao uso das antigas mensagens de texto.
Parte dessa tranquilidade pode ser atribuída ao fato de os smartphones, exigidos para usar a maior parte desses serviços, ainda terem baixa penetração no país.
Embora a venda de celulares inteligentes tenha crescido 21% no primeiro semestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado, esses modelos representam só 5,8% do mercado brasileiro, segundo a Nielsen.
Em nota, a TIM afirma que "as funcionalidades dos aplicativos para celulares e smartphones e as do SMS são complementares. Os aplicativos inclusive estimulam o uso de outros serviços".
Segundo Jair Santiago, gerente de messenger, redes sociais e loja de serviço da Vivo, a operadora não tem planos de sobretaxar WhatsApp e similares. "Há espaço para todo tipo de serviço", afirma.


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