São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2010

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Google ataca TV a cabo e mira publicidade

Sistema anunciado na semana passada leva a internet à televisão; ainda não há previsão de chegada ao Brasil

Empresa corteja público de 4 bilhões de pessoas; mercado de publicidade chega a US$ 70 bilhões anuais no mundo todo

DE SÃO PAULO

Anunciado na quinta-feira passada, o Google TV foi visto como um golpe nos provedores de televisão a cabo e uma oportunidade bilionária de lucro com publicidade para a gigante das buscas.
A novidade, apresentada na conferência de desenvolvedores Google I/O, não tem previsão de chegada ao Brasil, afirmou à Folha Félix Ximenes, diretor de comunicação e assuntos públicos da empresa no Brasil.
Com o lançamento, o Google mira um público espectador composto por 4 bilhões de pessoas, o que faz desse mercado o maior do mundo, com publicidade equivalente a US$ 70 bilhões anuais.
"Nossa publicidade é direcionada e, por isso, podemos fazer ainda mais anúncios de televisão relevantes, que devem render muito dinheiro", afirmou Eric Schmidt, executivo-chefe do Google, à Fox Business Network.
Grosso modo, o sistema leva comandos da internet à programação televisiva -por exemplo, se o usuário faz uma busca pelo seriado "House", vai encontrar resultados tanto da televisão (canais Fox e USA) quanto da internet (Fox, Hulu e Amazon). Usuários também poderão gravar o conteúdo.
Para Devin Coldewey, do TechCrunch, o lançamento do Google obriga os provedores tradicionais de TV a cabo a inovarem. "Eles têm arrastado os pés por uma década, adicionando funcionalidade de internet pedaço por pedaço, mas, agora que o Google entrou no ringue, precisam jogar a sério".
O sistema roda Android 2.1, plataforma móvel do Google, e tem navegador Chrome e Flash 10.1, complemento multimídia da Adobe. O Google anunciou que vai liberar ferramentas para desenvolvedores "criarem suas próprias experiências".
Foram confirmadas as parcerias com Sony (responsável pelo aparelho televisivo), Intel (processador Atom) e Logitech (o chamado box do sistema de TV-internet).

ORIGEM DO CONTEÚDO
"Para os usuários, não importa de onde o conteúdo venha. Eles querem apenas que seja rápido e conveniente", disse o gerente de produto do Google, Rishi Chandra.
A tela inicial apresentada pelo Google dispõe todo o conteúdo favorito do usuário, assim como aplicativos -incluindo parcerias com a Amazon e com o Netflix.
Houve demonstração de personalização de conteúdos, a partir do exemplo de que o filho de Chandra gosta da série infantil "Sesame Street" ("Vila Sésamo", na versão americana). Com o Google TV, ele pode centrar o que vai assistir nos personagens favoritos, por intermédio do site oficial do seriado.
Em outro exemplo, um jogo de basquete figura em uma tela secundária, enquanto o usuário navega pela tabela de resultados do Yahoo! no browser, em primeiro plano. (MARINA LANG e RAFAEL CAPANEMA)


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