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Fantasia é trilha para definir identidade
Práticas sexuais no Second Life vão além da gratificação imediata, diz professora da Universidade de Indiana
Fotos de perfis de usuários que praticam dominação sexual foram analisadas durante dois anos
AMANDA DEMETRIO
DE SÃO PAULO
Práticas sexuais e sociais
que envolvem dominação e
submissão vão além da gratificação sexual do usuário no
Second Life, segundo a professora Shaowen Bardzell,
especializada em computação sociocultural, da Universidade de Indiana.
Para ela, praticantes de
BDSM (sigla em inglês para
se referir a relações sexuais e
sociais que envolvem amarrar o parceiro, bem como dominação, disciplina e sadomasoquismo) do mundo virtual usam essas práticas para
se expressar e encontrar sua
identidade on-line.
Em trabalho publicado no
"Journal of Virtual Worlds
Research", Bardzell defendeu a fantasia BDSM no Second Life como "muito mais
que um passatempo sexual".
Ela passou dois anos observando fotos de perfis públicos dos praticantes do que
ela define como uma "subcultura" do Second Life.
Com a análise das imagens, Bardzell disse perceber
que o BDSM e sua forte estética -marcada por elementos
como couro e tatuagens-
permitem que os praticantes
expressem fatores como atitudes em relação aos seus
corpos e padrões de beleza.
Além disso, a professora
relaciona essa forma de expressão com temas como intimidade e formação de identidade: "Esses são fatores poderosos para os participantes
dos mundos virtuais, que enfrentam a assustadora tarefa
de descobrir quem são no
mundo on-line." Ainda assim, ressalva, as imagens
não deixam de refletir certas
normas da subcultura.
A professora Bardzell também disse ter percebido o poder de uma subcultura em
um mundo virtual, estudando o BDSM. Ela diz que esse
tipo de manifestação social
tem a capacidade de "encubar inovação" em um sistema em que boa parte do conteúdo é criada pelo usuário.
INTIMIDADE
Bardzell também foi uma
das autoras de um trabalho
que fez entrevistas com usuários do World of Warcraft para saber como a intimidade
se desenvolve em mundos
virtuais, segundo o Ars Technica (arstechnica.com).
A pesquisa concluiu que
muitos rituais do mundo off-line são recriados na intimidade do mundo virtual.
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