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Cinema vê 3D como tábua de salvação
Analistas preveem que a receita dos filmes que usam a tecnologia vá mais do que dobrar neste ano, nos EUA
Os ingressos são mais caros e as salas atraem mais espectadores, gerando mais lucro que os longas comuns
FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES
Um bando de bonecos bagunceiros fez Hollywood respirar aliviada nesta semana.
Afinal, "Toy Story 3" chegou
aos cinemas do mundo todo
batendo recordes de bilheteria e consagrando o fim da
curva descendente de lucros
dos estúdios nesse verão no
Hemisfério Norte.
Um dos trunfos de "Toy
Story 3" é ser em 3D, tecnologia que gerou uma corrida
pelo ouro nos estúdios e nas
salas de cinema há dois anos.
Isso porque o 3D chega a
elevar a arrecadação de bilheteria de um filme em 20%,
uma vez que os ingressos são
mais caros e as salas atraem
mais espectadores.
No Brasil, nos primeiros
três dias em cartaz, o filme
em 2D faturou R$ 1,8 milhão
em 354 salas convencionais;
nas 141 salas com projetores
3D, fez R$ 2,7 milhões.
Executivos de estúdios dos
EUA ficaram aliviados porque o começo da temporada
de filmes de verão foi fraquíssimo. Mas o otimismo voltou
a reinar e, em grande parte,
graças aos filmes 3D.
Para a analista sênior de
cinema da ScreenDigest
Charlotte Jones, 2010 será
ainda melhor do que 2009
para os estúdios. E os filmes
3D terão papel vital.
"Nós esperamos que a receita dos filmes em 3D mais
do que dobre em 2010, só nos
Estados Unidos, para US$ 2,5
bilhões. Isso será responsável por mais de 20% do total
dos lucros do mercado", disse Jones à Folha.
Em 2009, 15 filmes em 3D
foram lançados nos EUA. Para 2010, mais de 25 longas do
tipo são esperados. E entre os
cinco mais vistos do ano,
apenas um é em 2D.
A ScreenDigest prevê que,
até o final deste mês, chegue
a 12,5 mil o número de salas
digitais 3D pelo mundo, incluindo 4.000 nos Estados
Unidos. Em comparação, no
primeiro semestre de 2009,
apenas metade das 3.000 salas digitais no país tinham
como exibir 3D.
No Brasil, apenas 144 salas
podem exibir esses filmes.
Segundo Paulo Sergio Almeida, diretor da empresa de
análise de mercado FilmeB, o
ano vai terminar com 200 salas do gênero.
Os filmes em 3D serão responsáveis por 50% da receita
do mercado neste ano, que
deverá ter um aumento de
40%, para R$ 1,35 bilhão.
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