São Paulo, domingo, 28 de abril de 2002


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Em contínuo crescimento, franquias de educação e treinamento ainda reservam nichos "intocados" para negócios

Ensino dá lições de expansão

Fernando Moraes/Folha Imagem
O médico César Silva resolveu apostar em cursinhos para vestibulandos de medicina e hoje tem três unidades franqueadas, que faturam cerca de R$ 2 milhões anuais


BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

As redes de franquias ligadas à educação e ao treinamento têm seguido uma mesma cartilha: a do crescimento nos negócios. O faturamento do setor aumentou 7% no ano passado, segundo levantamento da ABF (Associação Brasileira de Franchising).
"É um mercado que tende a se ampliar em vários segmentos", avalia o consultor Marcelo Cherto, 47, presidente do Grupo Cherto. De 1995 a 1999, a expansão, de 73%, foi impulsionada pela proliferação das franquias de idiomas.
Ao redor desse ramo "gigante", surgem também outras alternativas, como cursos de informática, profissionalizantes e de reforço escolar. "É um segmento maduro, pois já teve um "boom" e agora passa por um crescimento sustentado", avalia Anette Trompeter, 38, diretora-executiva da ABF.
Também não falta espaço para explorar nichos ainda mais especializados, nos quais se perceba uma boa demanda no mercado.
Exemplo? Os médicos César Silva, 25, e Francisco Oliveira, 31, têm há sete anos um curso preparatório exclusivo para o vestibular de medicina. Hoje a rede contabiliza cerca de 3.000 alunos em três unidades próprias e três franqueadas. "Cada uma fatura R$ 2 milhões por ano", diz Silva.
Outra opção é o setor de cursos profissionalizantes. "Há áreas pouco exploradas, como hotelaria e turismo", diz Roberto Cintra Leite, 50, sócio-diretor da Cintra Leite/Horwath Consultores.
"Em Natal [RN], temos até taxistas como alunos", completa Marcelo Toledo, 34, diretor comercial da Microlins (cursos profissionalizantes em informática).

Geografia dos negócios
Na área de ensino, a concorrência acirrada nas capitais torna o mercado mais atraente no interior, segundo Edivaldo Batista, 33, diretor de marketing da Net Mídia (cursos profissionalizantes).
"O faturamento é quase igual ao das grandes cidades, mas as despesas operacionais costumam ser até 50% menores", diz Batista.
Uma unidade da Microlins com 300 alunos fatura cerca de R$ 18 mil por mês, contabiliza Toledo. "Esse valor pode chegar a R$ 150 mil se for de grande porte."
Outra que apostou no interior foi a Compsul (informática). Desde que começou a franquear no Estado de São Paulo, em janeiro, conseguiu reunir 2.500 alunos.
"Há grande potencial a ser explorado, desde que a cidade tenha perfil jovem e mercado que absorva o negócio", pondera Cherto.
Há quem já pense nas promessas futuras. Cintra Leite aposta no "e-learning", curso à distância feito por meio de recursos tecnológicos. "Muitas empresas estão recorrendo ao método, o que pode torná-lo boa chance de negócios."


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