São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999



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'Made in Brazil'

Greg Salibian/Folha Imagem
A economista Regina Velhena, consultora da Gift Fair, diz que o diferencial brasileiro é a criatividade



Exportação vira a saída para fabricante de produtos típicos


PAULO NAVES
free-lance para a Folha

Apesar da falta de crédito e dos entraves burocráticos, algumas empresas de pequeno porte estão conseguindo entrar no mercado externo. A receita de exportação alia criatividade e persistência na fabricação de produtos artesanais "made in Brazil".
Prova disso são os resultados do programa Best, desenvolvido pelo Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e pela Apex (Agência de Promoção de Exportações), que já conseguiu vender ao mercado norte-americano US$ 6 milhões, desde setembro do ano passado.
"O produto artesanal tipicamente brasileiro que requer mão-de-obra qualificada faz sucesso lá fora", afirma Regis Appa, responsável pela divulgação do programa Best no Brasil.
Outros produtos, como jóias e roupas, enfrentam maior dificuldade, segundo Appa, devido à alta taxação e ao rígido controle de qualidade impostos pelo governo dos Estados Unidos.
"Não é fácil entrar no mercado norte-americano, que tem milhões de ofertas do mundo todo. O diferencial brasileiro é a criatividade", diz a economista Regina Vilhena, 50, consultora de compras da Gift Fair.
Para ela, que conseguiu inserir 30 empresas no Best e movimentar cerca de US$ 1 milhão, a análise do produto e o ajuste na qualidade são os fatores mais positivos do programa de exportação.
Na Holmana Artes em Pedra, a especialização é na fabricação e na comercialização de suvenires feitos de pedras brasileiras.
Com a ajuda do mercado externo -EUA, França, Itália e Israel-, a empresa consegue um faturamento mensal de R$ 80 mil, com lucro de R$ 24 mil.
As exportações representam cerca de 30% da movimentação, segundo Ana Maria de Vasconcellos Rocha, dona da Holmana.
Ela diz que os produtos fabricados pela empresa que fazem mais sucesso no exterior são as estatuetas de pássaros tropicais.

Dados
A pesquisa mais recente sobre exportações feita pelo Sebrae-SP, em conjunto com a Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior), tem três anos.
De acordo com o levantamento, feito em 1996, cerca de 7.700 micro e pequenas empresas venderam ao exterior US$ 1,1 bilhão.
Os dados apontam que as exportações do setor cresceram 83% de 1990 a 1996. Do total de cerca de um milhão de pequenas empresas existentes no Estado de São Paulo, 2.000 exportam.

Best: 0/xx/11/3177-4755; Holmana
Artes em Pedra: 0/xx/21/756-0898.


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