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Paredão reúne 1.100 pinturas rupestres

Na serra Talhada, sítio do Boqueirão da Pedra Furada tem desenhos nas cores vermelha, amarela, branca e cinza

No circuito do Caldeirão dos Rodrigues, trilha é difícil e passa por escadas improvisadas com barras de ferro

DO ENVIADO A SÃO RAIMUNDO NONATO

São 70 metros de comprimento de rocha cobertos por mais de 1.100 pinturas rupestres, algumas datadas oficialmente em 29 mil anos.

Em escavações feitas no circuito do Boqueirão da Pedra Furada, encontram-se ferramentas e materiais líticos (objetos feitos com pedra lascada ou polida) de cerca de 50 mil anos. Os estudos são de arqueólogos franco-brasileiros, que trabalham na região desde a década de 70.

Os vestígios colocam um ponto de interrogação na teoria de que os primeiros homens teriam chegado às Américas por uma passagem da Ásia, quando as geleiras do Norte formaram um corredor há 14 mil anos.

De acesso fácil, o sítio, situado na serra Talhada, reúne pinturas emblemáticas como a cena que lembra um beijo e outra com animais em movimento. Notam-se quatro cores distintas: vermelha, amarela, branca e cinza.

As paredes foram ganhando desenhos ao longo dos anos e, por isso, há trabalhos mais complexos e mais bem conservados do que outros.

Hoje, é o único sítio histórico aberto para visitação durante à noite. A dica é visitá-lo em duas etapas: com a luz natural e, mais tarde, com a luz artificial, que realça as cores avermelhadas das pinturas e dá à formação rochosa tons que lembram o dourado.

Entre a ida e a volta, vá ao sítio do Meio, o segundo mais importante do parque, devido aos achados arqueológicos, com resquícios de atividade humana que datam entre 20 mil e 12 mil anos. Encontrou-se, por exemplo, uma machadinha de pedra polida de 9.200 anos e cerâmicas de cerca de 8.960 anos.

E AGORA? COMO FAZ?

A guia Eliete Souza brinca ao mostrar um livreto que explica a trilha para o circuito do Caldeirão dos Rodrigues: "Olha a patinha, está toda preenchida". A tal patinha é um símbolo do nível de esforços para os passeios no parque, que vai do leve (pata com só um dedinho pintado) ao intenso (toda preenchida).

Logo no início da caminhada, uma subida tem escadas feitas de pedra, que tornam o acesso menos difícil.

Há galhos com espinho e cactos em pontos de apoio. E o suor escorre pelos olhos. Um tênis com um bom solado evita escorregões.

O sobe e desce leva a uma vista panorâmica. É a metade do percurso, de um total de cerca de duas horas, um momento para parar, sentar e "pensar na morte da bezerra", sugere a guia.

O mais inusitado vem adiante, em duas escadas improvisadas com barras de ferro entre duas rochas. A reação no estilo "e agora? como faz?" logo passa e a descida ocorre tranquilamente.

Mais uma caminhada leve em meio à mata fechada é encerrada no sítio do Caldeirão dos Rodrigues 2, um grande abrigo com pinturas que se destacam pelos desenhos geométricos internos.

O retorno pode incluir visitas a mais sítios. O caminho a ser percorrido é o mesmo --mas agora, com a "prática", mais fácil. (RAFAEL MOSNA)


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