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Sim, Inferno existe e fica no interior do Piauí

DO ENVIADO A SÃO RAIMUNDO NONATO

"Pisa onde eu piso", aconselha a guia, que segue à frente na trilha. Por quê? "Nas folhas, pode haver escorpiões ou cobras escondidos". Então, contrariar para quê?

"Olha essa marca na árvore. Foi feita por uma onça, possivelmente para afiar as garras. Deve ter semanas."

Não é à toa que a trilha foi batizada de Inferno.

A caminhada é feita em mata fechada, com dificuldade moderada, e percorre locais estreitos. Às vezes, é preciso abaixar-se para continuar.

No final do percurso, a nossa passagem entre as rochas assusta um casal de morcegos. É o caminho para chegar a uma grande formação rochosa que, em dias chuvosos, forma uma cachoeira (banhos não são autorizados).

Os sítios arqueológicos ao longo do caminho guardam figuras com traços geométricos e cenas representando sexo, caça e dança.

Há tanto pinturas no paredão quanto nos seixos (fragmento de rocha de arestas arredondadas, com tamanhos bem variados).

Essa região era utilizada por tropeiros para pernoites, que vinham em jegue ou a cavalo e acabaram encontrando ossos humanos.

Ali pesquisadores se depararam com dois sepultamentos primários (quando os ossos estão articulados). Têm datações distintas: um com cerca de 7.000 anos e outro com mais de 8.000.

O Inferno, como se vê, é antigo. (RAFAEL MOSNA)


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