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Turismo

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Pinturas em paredão de 100 m incluem momento de parto

Trilhas na serra da Capivara são de nível mais fácil e oferecem vistas panorâmicas do parque nacional

Acesso à reserva é controlado, e turistas só podem fazer passeios acompanhados por um guia oficial

DO ENVIADO A SÃO RAIMUNDO NONATO

Utilizado por passantes como uma estrada entre as cidades de São Raimundo Nonato e São João do Piauí, o circuito do Desfiladeiro da Capivara, na serra da Capivara, reúne sítios arqueológicos de facílimo acesso. Estão logo ali, bem próximos de onde o carro estaciona.

Hoje, é claro, o acesso a esses locais é controlado (todo o parque nacional só pode ser visitado na presença de um guia cadastrado).

Mas foram exatamente os viajantes que encontraram muitos dos locais hoje abertos para visitação, os quais, inclusive, serviam de abrigo para pernoites.

Na Toca da Entrada do Pajaú, avista-se uma estrutura natural parecida com uma cúpula de uma igreja (como um domo arredondado). Pinturas datadas de cerca de 12 mil anos evidenciam o dia a dia (dois homens segurando uma rede, por exemplo, mostrando uma técnica de caça) e as cerimônias, como um conjunto de quatro homens em movimento, dançando.

Fogueiras encontradas no local durante escavações se mostraram bem estruturadas e carvões foram datados pelo método Carbono-14 em uma data de 6.990 anos.

Quem tiver sorte, como a que teve a reportagem durante a visita, poderá ver um grupo de macacos-prego perambulando entre as árvores, próximos do chão, à vista de quem por ali passa.

VEADINHOS AZUIS

A dificuldade é média, e a recompensa é alta. A trilha do do circuito dos Veadinhos Azuis leva cerca de duas horas, contando o tempo para descanso, vista panorâmica e admiração das pinturas. Escadas facilitam a subida.

O passeio abrange um conjunto de quatro sítios. Na Toca dos Veadinhos Azuis, o charme fica por conta do desenho na coloração azulada. "O material utilizado é carvão vegetal, mas a ação do tempo transformou a cor. Só existe assim aqui no parque e na Colômbia", explica a guia.

A Toca da Entrada do Baixão da Vaca começa por uma passarela com corrimão.

De um lado, uma rocha inteiramente coberta por figuras da tradição nordeste e agreste, ou seja, parte delas são grandes e estáticas. No total, o sítio possui mais de cem metros de comprimento. Dos desenhos encontrados, destaque para uma imagem de um bisão (detalhe: este mamífero de pelagem longa, com chifres curtos e robustos não é encontrado na América do Sul), uma cena de árvore e outra que simula um parto, além de peixes e animais de caça, como o tatu.

Do outro lado, a vista é ampla e encara uma formação rochosa. Na verdade, trata-se de um vale, com um paredão de frente para o outro.

No meio da tarde, o som é de papagaios cantando (ou seria se esgoelando?).

DETECTOR DE AR PURO

No alto da trilha, mais vistas panorâmicas para formações serranas e a vegetação local --que, na época da chuva, atinge verde e outras cores, mas, durante a seca, ganha tons de cinza-claro.

Em um ponto de uma pedra no alto da trilha --a subida alcançada pela caminhada é de cerca de 80 metros acima do vale--, a guia aponta um líquen de coloração ocre. O vegetal, conta ela, sobrevive apenas em ar puro. (RAFAEL MOSNA)


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