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Nova York

Museus oferecem audioguia em português e tour com brasileira

Lojas também contratam vendedores com o idioma, para atender ao maior consumidor estrangeiro"Serviços como esse fazem com que os brasileiros se sintam bem-vindos na cidade", afirma guia brasileira

JOANA CUNHA DE NOVA YORK

A cobiça dos negócios de Nova York pelos brasileiros está mais aguçada do que nunca. Números preliminares mostram que, no ano passado, 826 mil visitaram a cidade. É quase oito vezes mais que em 2001, segundo a organização representante de turismo NYC & Company.

E, para atender a esse público, a cidade se adapta. O MoMA (Museu de Arte Moderna), por exemplo, lançou em março a versão em português do Brasil de seu audioguia.

A cineasta Lívia Palma, 27, foi uma das que usou o folder com a divisão das salas em português. "Eu falo inglês, mas na nossa língua é sempre melhor, né?"

No Metropolitan, onde a gravação do guia de obras no idioma foi lançada há poucas semanas, alguns dos vendedores na bilheteria ainda nem sabem da possibilidade.

Nesta fase de introdução, talvez o turista precise insistir, em inglês, antes de conseguir colocar as mãos no aparelho que vai orientá-lo pelas galerias. O repertório de instruções da versão portuguesa é menos abrangente.

Outro museu nova-iorquino que investe no português é o Louis Armstrong House Museum, sobre a vida do músico.

Há sete meses, a instituição passou a oferecer um tour em português. "Serviços como esse fazem com que os brasileiros se sintam bem-vindos e acolhidos na cidade", diz a guia Fernanda Pereira, que deixou o Rio de Janeiro há seis anos.

E como para 95% dos turistas brasileiros as compras estão entre as atividades de interesse na cidade, as lojas não perdem tempo.

A Macy's e a Bloomingdale's são algumas das que já possuem vendedores que falam português ou se saem muito bem no "portunhol".

O mesmo acontece em endereços mais sofisticados. A Burberry que fica perto da Quinta Avenida contratou, há cerca de dois meses, a brasileira Barbara Hallinan, que trabalhava na Armani do Soho. "Sei que fui contratada aqui por causa da língua", diz ela. "Temos muitos clientes do Brasil, hoje mesmo [dia da entrevista] já atendi seis".

Na loja de eletrônicos B&H, que já é conhecida por contratar atendentes do Brasil, mesmo quando o cliente faz a compra com um vendedor americano, eles costumam chamar um brasileiro para se despedir em português, em sinal de familiaridade.

Mais popular entre os turistas, o New York Sightseeing, passeio pela cidade em um ônibus de dois andares, oferece tours no idioma já há alguns anos.

No restaurante do luxuoso hotel Plaza Athénée, é um português, Antonio Rodrigues, quem recebe os brasileiros. "Eu já estou aqui há muitos anos, mas vi esse movimento crescer recentemente", observa.

BALANÇA NEGATIVA

Segundo previsão da NYC & Company, os brasileiros deixaram na cidade, no ano passado, US$ 1,9 bilhão. Nos EUA, gastaram US$ 8 bilhões (R$ 16 bilhões).

Só para comparar, dados do Ministério do Turismo brasileiro mostram que, no mesmo ano, os estrangeiros --todos, não só os americanos--deixaram no Brasil cerca de US$ 6,6 bilhões.


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