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A grande beleza

Filme que leva o nome do título acima inspira tour por Roma; confira passeio pelas principais atrações da cidade

SILVIO CIOFFI ENVIADO ESPECIAL A ROMA

Acaba de levar o Oscar de melhor filme estrangeiro "A Grande Beleza", de Paolo Sorrentino. O longa, que tem Roma como protagonista, deve inspirar passeio pela capital italiana. O prefeito da cidade, Ignazio Marino, anunciou na semana passada que pretende criar um tour passando pelas locações da obra.

Mas não foi só Sorrentino que se inspirou em Roma. Federico Fellini filmou "A Doce Vida", em 1960, mostrando os exageros da elite italiana. Estrelado por Marcello Mastroianni, o longa mostra a atriz Anita Ekberg nas águas da Fontana di Trevi, praça barroca cercada por água e adornada por figuras mitológicas.

A cena dificilmente poderia ocorrer hoje, tantos são os turistas jogando moedinhas nessa fonte cercada de viajantes e camelôs.

Cortada pelo rio Tibre --cujo nome local é Tevere--, Roma tem mais de 2.700 anos e um passado que é etrusco, romano, profano, sagrado, católico, judaico, barroco, renascentista e até fascista.

Capital da Itália unificada em 1870, a "cidade eterna" se revela em camadas de história e é, como diz um velho ditado, o lugar para onde convergem todos os caminhos.

Metrópole onde vivem 2,7 milhões de pessoas, Roma é, dependendo do clima, uma cidade que pode ser descoberta a pé e com um bom mapa de ruas à mão.

Nesta época do ano, os termômetros marcam entre 14°C e 17°C durante o dia; os meses de dezembro, janeiro e fevereiro são os mais frios.

Assim, planeje sua viagem para logo mais: em Roma, os verões, em meados do ano, costumam ser quentes e secos e, não é raro as temperaturas ultrapassarem os 35°C.

Antes de partir e enquanto o verão italiano não chega, uma ideia é iniciar os preparativos aproveitando a vocação cênica e cinematográfica da cidade, que foi eternizada no século 20 por cineastas como, além de Fellini, Roberto Rossellini, Vittorio De Sica e Ettore Scola.

Neste século, foi a vez de Woody Allen filmar "Para Roma com Amor" (2012), exaltando os museus, as fontes e as praças mais identificadas com a cidade.

E assim, quando chegar lá, uma boa ideia é caminhar traçando um itinerário anárquico que mostre as tais camadas de história que mais te interessam nessa cidade.

PASSADO PRESENTE

Duas das ruínas mais identificadas com os primórdios de Roma são o Fórum Romano e o Coliseu.

Circundado por ruínas de diversas outras construções públicas que remetem à Roma Imperial, o Fórum é guardado por grades pouco hospitaleiras e, como diversas outras edificações daquela era, fica uma camada abaixo do nível da rua. As escavações nunca cessaram e os vestígios de edificações datam de épocas bem distintas.

Não longe do Fórum, o Coliseu é um anfiteatro do ano 79 que comportava mais de 50 mil pessoas e foi palco de lutas mortais entre gladiadores e animais selvagens.

Terminada a visita a esses lugares, a primeira providência pode ser consultar o mapa para identificar as principais praças de Roma.

Algumas delas têm origem ancestral; em outras, hoje entulhadas de turistas, ainda vale a pena sentar só para ver o tempo passar.

Um bom começo para esse passeio pode ser a Piazza di Spagna. Misto de praça e escadaria que, inaugurada em 1726, é bastante visitada.

Na parte, fica a igreja Trinità dei Monti.

Na parte baixa, a escultura-fonte Barcaça é atribuída a Pietro Bernini e foi realizada entre 1627 e 1629.

Perto dali, a Piazza del Popolo é um centro de manifestações políticas e comícios. Nas cercanias, a rua chique de comércio é a Via dei Condotti, sempre repleta de gente.

Outra referência para o caminhante é a praça de São Pedro. Ela não fica, a rigor, em Roma, mas sim na Cidade do Vaticano, sede do Estado católico consagrado em 1929.

Edificada entre 1656 e 1667 de acordo com os planos do escultor e arquiteto barroco Gian Lorenzo Bernini, cujo pai é o autor da Barcaça, a praça de São Pedro reúne aos domingos milhares de pessoas. E o Vaticano é, também, um lugar onde o tal passado em camadas de Roma aflora. Basta dizer que, recentemente, o papa Francisco mostrou publicamente, pela primeira vez, o que se acredita ser os restos mortais de são Pedro, fundador da Igreja Católica, oficialmente encontrados em 1940.

Outra praça que deve estar no mapa das visitas é a Piazza Navona, também desenhada por Gian Lorenzo Bernini em conjunto com outro célebre artista barroco, Francesco Borromini.

Ela abriga três fontes, sendo a mais monumental a dos Quatro Rios, que faz uma alegoria aos rios Danúbio, Nilo, da Prata e Ganges. As outras duas fontes são a do Mouro e a de Netuno, obras também barrocas e cheias de anjinhos.

A praça Navona é também endereço da mais bonita Embaixada brasileira, instalada no palácio Pamphili.

Relativamente próximo ao Vaticano, o Castel Sant'Angelo, edificado em 135 para ser o mausoléu do imperador Aureliano foi, depois, transformado em prisão, residência papal e museu, com 58 salas.

Para admirar prédios da época renascentista, o passeio no Corso Vittorio Emanuelle 2º mostra que a cidade conserva muitos dos palacetes das antigas famílias nobres.

Já o Palazzo Venezia, no final da Via del Corso, foi sede da Embaixada de Veneza e, depois, nos anos 1920 e 1930, escritório do ditador fascista Benito Mussollini.

No Trastevere, o bairro judeu de Roma, a Sinagoga Nova é de 1904. Um emaranhado de ruas exibe graciosas estátuas ancestrais e tem ótimos lugares para comer.


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