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Turismo

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Árido movie

Chile incentiva turismo 'étnico e rural' no Atacama, deserto mais seco do mundo; Barbara Gancia escreve sobre o destino, que, com seus gêiseres e vulcões, faz viajante se sentir em filme sobre natureza

MAGÊ FLORES ENVIADA ESPECIAL AO DESERTO DO ATACAMA (CHILE)

"A vida no deserto não é como no sul do Chile, onde há muita água e árvores frutíferas. É uma vida dura e, por isso, aqui as pessoas são mais áridas." Então, por que vi- ver nesse lugar? "Porque a beleza daqui nos dá quali- dade de vida." A afirmação é de Daniela Munõz, moradora de um povoado do Atacama. Para ela, assim como para os visitantes, a beleza do deserto deixa as dificuldades em segundo plano.

A presença de água doce, que desce da cordilheira dos Andes até atingir o deserto, permitiu a formação de pequenas comunidades no local muito antes da chegada dos espanhóis, no século 16.

Atualmente, há uma preocupação com o futuro desses povoados, já que é forte o movimento de migração dos jovens para Calama --cidade vizinha com 140 mil habitantes, onde fica o aeroporto, porta de entrada para os visitantes do deserto-- e a população está envelhecendo.

O governo chileno, por meio de parcerias com os povoados, investe no turismo que chama de "étnico e rural" --as comunidades administram os pontos turísticos e a verba arrecadada; o viajante, por sua vez, entra em contato com a cultura atacamenha, que se mantém preservada.

São pessoas que vivem da agricultura e moram em casas de adobe (tijolos de argila) ou pedras vulcânicas.

Toconao, por exemplo, já caiu no gosto dos turistas. Estima-se que o povoado, a 30 minutos de San Pedro de Atacama, base dos visitantes, tenha 3.000 anos. A igreja de San Lucas, na praça, mostra tanto a forte influência cristã quanto a andina, com divindades ligadas à natureza.

Menos conhecida, Caspana começa a entrar na rota das atrações turísticas. É uma comunidade de 3.400 anos, cujos habitantes também vivem da agricultura. De cima, vê-se a vegetação em torno da pouca água do local. O sistema de irrigação, anterior à época da colonização, envolve um dique que inunda plantações por meio de canais. Todo dia 24 de junho, a população faz uma cerimônia de limpeza do sistema.

Não há muita infraestrutura (nem sequer um restaurante), mas é possível visitar um pequeno museu com objetos locais e ficar mais próximo da população atacamenha.


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