Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Turismo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Beleza sob escolta

Violência em Danakil exige que turistas sejam acompanhados por policiais e militares

ITALO NOGUEIRA NA ETIÓPIA

A 613 metros de altura, o vulcão Erta'Ale oferece a visão de uma lagoa de lava permanente --uma das quatro existentes no planeta. A cratera principal tem cerca de 70 metros de diâmetro, da qual o visitante pode chegar na borda, a poucos metros da atividade vulcânica.

O calor e a luz que a atividade da caldeira emitem são hipnotizantes. É possível assistir à movimentação da lava, com mudança intensa e constante de sua viscosidade, além de pequenas erupções.

A última grande erupção foi em 1967. A visita, portanto, envolve risco natural, já que não há sistema de previsão para atividade vulcânica.

A subida para o topo do vulcão é feita à noite, para evitar o calor forte. Dura cerca de três horas em ritmo intenso numa rota pouco íngreme sobre pedras vulcânicas.

O caminho termina na margem de uma grande cratera de lava solidificada, com cerca de um quilômetro de diâmetro. Ao fundo, a cratera menor, com lava borbulhante, lança uma fumaça avermelhada na escuridão. Eis a primeira visão inesquecível do Erta'Ale.

Já abaixo do nível do mar (-120 metros), o turista encontra uma paisagem em amarelo e laranja, resultado do contato do ácido sulfúrico e potássio, respectivamente, com a terra.

O local, chamado Dallol, tem forte cheiro de enxofre e o som do ácido borbulhante é constante. Em alguns pontos, formam-se lagos e pequenos gêiseres com o líquido sendo expelido do subsolo. Os tons em amarelo marca-texto tornam belo o ambiente hostil.

O visitante pode caminhar pela extensão do Dallol, mas deve ter extremo cuidado em não afundar os pés na concentração do ácido sulfúrico, sob risco de queimar a pele.

O tour também inclui uma visita ao lago Asale, área de extração de sal próxima a Dallol. Esta é a principal atividade econômica do povo afar, que ocupa a região.

O transporte da mercadoria é todo feito por camelos. É possível ver enormes cáfilas no caminho para o deserto de sal.

A depressão de Danakil está localizada na interseção de três placas tectônicas, o que explica as "janelas para o centro da Terra".

Além do risco que vem do subsolo, os embates na superfície também são motivo de preocupação para turistas. A região está próxima da fronteira entre Etiópia e Eritreia, que disputam o controle do local.

Em 2012, cinco turistas foram mortos e dois sequestrados próximo ao vulcão por um grupo armado. Houve ataques também em anos anteriores. O tour, portanto, exige escolta policial e militar.

O passeio pode ser contratado via internet com agências de viagens de Adis Abeba, capital etíope, ou de Mekelle, ao norte. O mais comum é fazer o passeio de quatro dias. Em cinco, é possível visitar o lago Afdera, onde se pode mergulhar e ver a extração de sal, semelhante ao Asale.

Os tours são praticamente suspensos entre junho e agosto, em razão do forte calor na região. A Folha visitou o local na primeira metade de março, quando a temperatura estava agradável.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página