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'A cidade sempre foi muito charmosa, foi atraindo os artistas'

Gravurista Gilvan Samico, que tem obras na Pinacoteca, em SP, e no MoMa, em NY, fala sobre a arte em Olinda

Para a aquarelista Guita Charifker, outro nome importante na cena artística olindense, chamariz é a beleza

MARINA DELLA VALLE
DE SÃO PAULO

Ao ouvir sobre os ateliês de Olinda, um turista desavisado pode pensar que se trata apenas de artesanato. Ledo engano: a cidade é um centro importante das artes plásticas brasileiras e lar de artistas consagrados.

A partir dos anos 1950, Olinda começou a receber artistas, principalmente pernambucanos, dando início a uma viva tradição cultural que se arraigou no local.

Vivem e trabalham em Olinda nomes como o pintor João Câmara Filho, a aquarelista Guita Charifker e o pintor e gravurista Gilvan Samico -principal nome nas artes plásticas do movimento Armorial, fundado em 1970 pelo escritor Ariano Suassuna, que buscava produzir uma obra erudita a partir de elementos populares.

Samico, 83, que tem obras na Pinacoteca de São Paulo e no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), vive e trabalha em um casarão "de uns 300 anos", que comprou quando se mudou para a cidade, na década de 1960.

"Quando cheguei, era um grupo pequeno, três, quatro artistas", disse Samico, à Folha, por telefone. "Depois, não só chegaram outros como muitos abraçaram a carreira artística", completou o gravurista, que neste ano teve sua vida e obra registradas pela primeira vez em livro ("Samico", de Weydson Barros Leal, ed. Bem-Te-Vi)

"A cidade sempre foi muito charmosa, foi atraindo os artistas", afirma ele, que, via de regra, não recebe turistas em seu ateliê.

Sossegado, não aprecia muito o Carnaval olindense. "Para o morador, a cidade acaba sendo um local de descanso. Para quem não gosta, é um estorvo". E o que mais agrada ao gravurista em Olinda? "Quando me mudei, via o mar da minha janela. E hoje continuo vendo".

A aquarelista Guita Charifker, 75, também prefere uma vida sossegada em sua casa, sem receber turistas. Para ela, o único motivo para a ida de artistas plásticos a Olinda é sua beleza. "A cidade é muito interessante. Os artistas de Recife -eu mesma nasci lá- vieram para cá por causa dessa beleza", afirma ela.

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