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Província de Pars é berço de vinhedos milenares

Plantações foram banidas de Shiraz após a Revolução Islâmica, em 1979

Nas proximidades estão as ruínas de Pasárgada e, em Persépolis, um complexo de palácios construídos por Dario 1°

DO ENVIADO A SHIRAZ, PERSÉPOLIS E PASÁRGADA

Shiraz não é só uma uva para vinho. Persépolis é mais do que um famoso filme de animação. Pasárgada existe também fora da imaginação de Manuel Bandeira.

Muitos brasileiros nem suspeitam que as palavras citadas acima se referem a três lugares situados na província de Pars, sudoeste do Irã.

Shiraz é a pacata e agradável capital regional que deu nome a vinhedos milenares, banidos após a Revolução Islâmica, em 1979.

O vinho, aliás, inspirou muitos versos do poeta Hafez (século 14), mais ilustre filho da cidade, enterrado num mausoléu que é atualmente ponto de romaria para iranianos do país inteiro.

Em poucos outros lugares do mundo você verá pessoas pedindo bênção ou até chorando no túmulo de um pensador. O regime parece não se importar com a devoção popular a um poeta que, mesmo sendo um muçulmano fervoroso, celebrava a embriaguez e o amor.

Shiraz também é famosa por seus impecáveis e coloridos jardins, cujas flores exalam um cheiro que domina a cidade na primavera.

Os arredores da aglomeração abrigam alguns dos principais tesouros arqueológicos do Oriente Médio. O sítio mais próximo, a 55 km do centro, é o de Naqsh-e Rostam, onde há quatro túmulos reais cavados na vertical em imponentes paredes rochosas. Acredita-se que tenham recebido os corpos dos reis aquemênidas Dario 1°, Dario 2°, Xerxes 1° e Artaxerxes 1°.

IMPÉRIO PERSA

A alguns quilômetros dali fica um dos lugares incontornáveis no Irã: as ruínas de Persépolis, um exuberante complexo de palácios construído por Dario 1° e devastado dois séculos depois por Alexandre Magno.

Símbolo máximo da Pérsia antiga, o lugar foi escolhido pelo xá Reza Pahlevi, em 1971, para celebrar com a maior opulência possível os 2.500 anos do Império Persa.

Monarcas e presidentes do mundo inteiro atenderam o convite para uma festa tida como uma das mais nababescas do século 20. Muita gente diz que o ódio deflagrado pela festança num país então miserável foi um dos fatores que levaram à Revolução Islâmica. A estrutura das tendas usadas para abrigar os aposentos dos convidados continua exposta na alameda que leva às ruínas.

A meia hora de carro dali ficam as ruínas do lugar que abrigou a primeira capital do Império Persa: Pasárgada.

Mas, ao contrário da grandeza de intacta de Persépolis, Pasárgada não resistiu ao tempo e aos invasores. O lugar hoje se resume ao túmulo de Ciro, o Grande, o rei de quem Manuel Bandeira diz ser amigo, e parcos restos de construção.

(SAMY ADGHIRNI)

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