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No lado boliviano, parque nacional foi criado em 1979

Em 1998, ambientalista morto por narcotraficantes deu nome à reserva natural que a Unesco tombou em 2000

Área que compreende 1.523.000 hectares serve de habitat para 130 espécies de mamíferos e 620 aves

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Junto à fronteira com o Brasil, o parque Parque Nacional Huanchaca, localizado a 600 km da cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, foi criado pelo governo do país vizinho em 1979.

Compreende uma área de 1.523.000 hectares, que equivale a quase dez mil parques Ibirapuera, onde é possível encontrar 400 espécies de plantas, 620 de aves e 130 de mamíferos, além de 70 espécies de répteis.

Além do potencial ecoturístico, a área do parque, tombado pela Unesco em 1991, encerra histórias curiosas e um histórico conturbado.

Em 1912, o escritor sir Arthur Conan Doyle, célebre criador do detetive ficcional Sherlock Holmes, teria ouvido uma palestra onde um grupo de exploradores teria dito que o local era composto de "florestas impenetráveis e pegadas monstruosas de origem desconhecida".

Tal experiência inspirou o livro "O Mundo Perdido", onde dinossauros e outros animais pré-históricos ainda existiriam num trecho de selva na América do Sul. Até um empreendimento comunitário de ecoturismo foi batizado com o nome desse livro.

PARTIMÔNIO NATURAL

O parque foi rebatizado em 1988 em homenagem ao ambientalista Noel Kempff Mercado (1924-1986), biólogo boliviano brutalmente assassinato por narcotraficantes quando sobrevoava a área com 3 assistentes e aterrissou, por engano, numa pista de pouso anexa à uma fabriqueta de cocaína. O crime provocou forte reação na opinião pública.

Atualmente, apesar de protegida, a região ainda enfrenta dificuldades com desmatamento e caça clandestinos. A extração ilegal de madeira, supostamente praticada também por alguns brasileiros que cruzam a fronteira, é, também, problemática.

A variedade de habitats naturais na região do parque é responsável por um grande índice de diversidade biológica, e, ali, a vegetação amazônica se mistura com bosques secos e savanas.

O parque Noel Kempff Mercado conta também com diversos sítios arqueológicos, com povoados e igrejinhas coloniais jesuíticas.

(DANIEL SOLYSZKO)

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