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Brasileiro tem tour personalizado em viagem à Turquia

Presença do passaporte brasileiro cresceu 67% em 2011 e deve subir no fim do ano graças à novela 'Salve Jorge'

Mais tempo para fazer compras em Istambul e cruzar o Bósforo em um iate são alguns dos ajustes aos brasileiros

CHICO FELITTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE ISTAMBUL (TURQUIA)

Brasileiro hoje vale ouro na Turquia. Enquanto o número de turistas estrangeiros em visita ao país caiu 5% no último ano, o de viajantes vindos do Brasil cresceu 67%, em estatísticas do ministério do turismo local.

Esse número deve dar um salto ainda maior no fim do ano: a próxima novela das nove da Globo, "Salve Jorge", começará em território turco, antes de se desenvolver no morro do Alemão, no Rio de Janeiro. "Parece que Turquia e Brasil são muito distantes, mas na verdade são de costumes bem próximos", disse a novelista Glória Perez sobre os dois países.

O turista brasileiro tem semelhanças, mas também peculiaridades, dizem guias que estudam português para lidar sem sotaque com esse grupo. "Para trabalhar com esse novo grupo, tivemos de mudar um pouco os passeios", diz o operador de turismo Mehmetcan Udyu.

TOUR À BRASILEIRA

O roteiro clássico de Istambul é composto por cinco dias. Os dois primeiros no bairro histórico de Sultanahmet. Um deles para ver as cisternas romanas (R$ 16), um depósito subterrâneo de água feito de pedra e mármore, e também o palácio Topkapi, onde moravam os sultões do império otomano e sua coleção de pedras preciosas (R$ 27). Até 15 de outubro, o harém do palácio mostra, pela primeira vez, áreas inéditas e utensílios da nobreza.

O segundo dia é para visitar as joias da cidade: a mesquita Azul e a Aya Sofya (R$ 27), prédio que já teve a maior cúpula do mundo, quando era igreja bizantina. Depois disso virou mesquita e hoje em dia é museu. "Esses dias são imutáveis para qualquer nacionalidade", diz Udyu.

Junta-se o Grande Bazar a outras atrações no terceiro dia. "Geralmente, ficamos só duas horas no bazar", diz o guia Yunuz Altinkoy. "Mas grupos brasileiros tendem a querer mais tempo que isso."

De tanto ter de arrastar turistas para fora do bazar, que se estende por um bairro inteiro, com venda de joias, artesanato local e falsificações das últimas bolsas lançadas na Europa, agências agora oferecem um dia todo pelas vielas de vendinhas. "Os brasileiros acham tudo muito barato, mas pechincham bem", conta Altinkoy.

Outra adaptação à nossa nação acontece na hora de fazer o cruzamento entre Europa e Ásia. Em vez de cruzar o estreito de Bósforo em um barco público, do tipo que locais chamam de ônibus do mar, alguns guias já oferecem a seus grupos uma balada flutuante para o quarto dia.

"Alugamos um iate, com música alta e drinques, e saímos para ver o Bósforo dançando. Depois de terminado o passeio, umas nove da noite, aportamos direto em um restaurante que vira balada, como o Angelique", diz Udyu.

Para completar, o quinto dia costuma ser dedicado a... compras. "Ouço de todo o grupo que querem calça da Diesel", diz o guia Altinkoy.

Mas nem todo detentor de passaporte brasileiro quer saber de balada ao mar. Todos os guias disseram ter clientes pedindo para ir ao museu da Inocência (R$ 27), que foi inaugurado em abril no bairro de Beyoglu.

Inspirado no romance de mesmo nome do Nobel de literatura Orhan Pamuk, tem em seu acervo as lembranças de um amor inventado, como os cigarros que o casal de protagonistas fumava quando brigavam. "Mas a maioria ainda prefere comprar calças jeans", diz o guia Udyu.

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