Índice geral Turismo
Turismo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Entre o cult e o kitsch, bibelôs ensejam lembranças divertidas

Popularização do turismo deu origem à produção dos suvenires

DO EDITOR DE “TURISMO”

Cada um coleciona -ou não coleciona- o que gosta e, na origem, os suvenires são recordações, lembranças sem muito valor comercial de determinado lugar. Em si, o hábito de juntar esses objetos se liga ao advento do turismo e às lojas de coisas típicas que surgiram quando veranear se popularizou na Europa da virada dos séculos 18 e 19.

Entre os bibelôs característicos, que servem de adorno, as camisetas, que nunca deixam de ser uma vestimenta, e os badulaques e quinquilharias, que viram estorvo, não há muitas diferenças. Todos têm algo de kitsch e, em sua avaliação, pesam questões como autenticidade, procedência, antiguidade e raridade. Para valer, um objeto precisa ser artístico, ter valor cultural, ser confeccionado de material nobre e até ter pertencido a alguém famoso.

De mau gosto, suvenires que usam partes de animais, como piranhas empalhadas e pratos com asas de borboleta, foram banidos e não podem ser comercializados.

Anacrônicos diante da internet, os postais e as miniaturas de fotos de lugares saíram de moda e escassearam.

Os limites entre o kitsch e o cult em coleções de lembranças de viagem são tênues. Documentos autógrafos, os postais assinados por personalidades têm valor de antiguidade. O mesmo vale para objetos de arte em miniatura, caso das filigranas de Toledo, na Espanha, das miniaturas de vidro de Murano, em Veneza, etc.

No final da era vitoriana, viajantes britânicos que iniciaram o hábito de ir às praias da Normandia, na França, adquiriam óleos de cavaletes de artistas impressionistas como, por exemplo, Claude Manet. Esses quadros valem fortunas hoje. Mas haverá quem tenha comprado pinturas ruins, de artistas que permaneceram anônimos.

Se você estiver tentando transitar da compra de um simples badulaque para algo que, com o tempo, ganhe valor e se torne um objeto de coleção, invista. É raro um par de argolas de guardanapos feito de lata virar antiguidade; já um vaso de porcelana de Sèvres ganha valor com o passar do tempo. Idem um prato kitsch britânico da época da rainha Victória (1819-1901). Todos, é certo, têm valor sentimental -e nunca deixam de ser lembranças divertidas de viagem.

(SILVIO CIOFFI)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.