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Tombada pela Unesco, Cidade Velha já foi capital

Local foi referência nas viagens de Vasco da Gama e Cristóvão Colombo

Com celas ao sol, o forte Real de São Filipe foi sede de práticas desumanas ao tempo da escravidão no século 16

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A van acaba de subir o morro acidentado. A paisagem é um paredão alto, construído há séculos. À direita do forte Real São Filipe, a vista do vale de Ribeira Grande impressiona. Esculpidas nas rochas, pequenas construções como o convento São Francisco despontam. E, do alto, o visitante avista a Cidade Velha.

Ao ultrapassar a entrada do forte, na edificação plana e parcialmente destruída, fica a antiga cisterna. Os escravos subiam o monte para pegar água no forte -e estima-se que 100 mil escravos trabalharam duro na expansão do domínio europeu.

No sul da ilha de Santiago, a Cidade Velha foi a primeira colônia europeia estabelecida nos trópicos e a primeira capital de Cabo Verde.

Foi decisiva para a ampliação da rota marítima internacional entre o continente africano, o Brasil e o mar do Caribe e berço de intercâmbio cultural que marcou a sociedade crioula. Espalhada pelo Atlântico, essa cultura foi adaptada a contextos coloniais distintos. Ribeira Grande vivenciou práticas desumanas, e o largo do Pelourinho, do século 16, tinha celas baixas expostas ao sol no forte Real de São Filipe.

O município fundado em 1462 foi tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2009.

Cidade Velha foi porto de escala de Vasco da Gama na viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia e de Cristóvão Colombo, em 1498, na terceira viagem dele às Américas. Na segunda metade do século 18, após ataques de piratas, a capital da ilha de Santiago foi transferida para Praia. Foi então que Ribeira Grande passou a ser chamada Cidade Velha.

(KARINA GOMES)

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