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Análise

Promessa de deixar legado aos moradores seduziu o Comitê

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

Quando venceu a disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2012, em 2005, Londres seduziu o Comitê Olímpico Internacional com a proposta de revitalizar sua região leste, deixando um legado a seus moradores. E a promessa está sendo cumprida.

Stratford, onde foi construído o Parque Olímpico, já conta com um grande empreendimento: o complexo Westfield, com um shopping, o maior da Europa, restaurantes, centro comercial e hotéis.

O projeto do Westfield em Stratford custou £ 1,75 bilhão (R$ 5,5 bilhões). Segundo John Burton, diretor de desenvolvimento da Westfield, o empreendimento seria levado adiante independentemente da Olimpíada, mas as obras foram aceleradas.

Além disso, depois de desmontadas as estruturas temporárias, o Parque Olímpico ficará como um legado à disposição da comunidade.

Para o Reino Unido, mais que a principal competição esportiva do mundo, os atuais Jogos de Londres são uma forma de entrar no mercado de negócios ligados a esportes e aumentar exportações.

Nick Baird, diretor-executivo do UKTI, órgão de promoção de comércio e investimentos governamental, declarou que, num cenário de recessão e demanda doméstica reprimida, o mercado global de infraestrutura esportiva é aposta promissora.

Os organizadores da Olimpíada, que vai até 12 de agosto, apostaram em dois argumentos: pontualidade na entrega das instalações e orçamento sob controle. O orçamento, contudo, é item bastante polêmico.

Um relatório do Parlamento indicou que o custo final deve ser de £ 11 bilhões (R$ 35 bilhões), quando o orçamento previa gasto de £ 9,3 bilhões (R$ 29,6 bilhões). A estimativa, quando a candidatura foi lançada, não ultrapassava £ 3 bilhões (R$ 9,5 bilhões). O banco Lloyds TSB estima que, considerados todos os efeitos do evento, haverá retorno de £ 21 bilhões (R$ 66,9 bilhões). O governo tem estimativa mais conservadora, e espera obter £ 13 milhões (R$ 41,4 bilhões) em quatro anos. Ainda de acordo com o governo, 4,5 milhões de pessoas a mais visitarão Londres nestes Jogos.

Howard Archer, economista-chefe para Reino Unido e Europa da consultoria IHS Global Insight, acredita que o PIB do país terá acréscimo de 0,3% no terceiro trimestre do ano graças à disputa olímpica, e que novos empregos serão criados, mas lista alguns pontos negativos.

Para Archer, a produtividade do país será afetada no período da Olimpíada e problemas na malha de transporte público podem ter impactos negativos na economia. Em resumo, o economista avalia que a economia do Reino Unido ganhará uma medalha por receber a Olimpíada que, nesse momento, galvaniza atenções no mundo: mas o ouro é improvável.

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