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Turismo esportivo e de luxo se fundem na alpina St. Moritz

Foi só em 1928, quando hospedou a Olimpíada invernal, que o local passou a explorar seus atributos o ano todo

Nos anos 1960 e 1970, o jet set internacional atribuiu ao clima da região uma 'atmosfera de champanhe'

DO EDITOR DE “TURISMO”

A alpina St. Moritz (stmoritz.ch) curiosamente nasceu como um destino de verão e uma estação de águas que já era desde tempos imemoriais frequentada por personalidades como o papa Leão 10º, que lá esteve em 1519.

E foi só em 1928, quando hospedou pela primeira vez a Olimpíada de Inverno, que o local passou a explorar seus atributos o ano todo.

A região voltou a ser sede dos Jogos invernais em 1948 e, ao longo de sua história de glamour, foi frequentada por atores como Charlie Chaplin, Greta Garbo e Henry Ford, pelo cineasta Alfred Hitchcock, pela família Kennedy e até mesmo por Thomas Mann, escritor alemão que encontrou nessa região de montanhas um encantamento que transformaria em literatura.

St. Moritz é tudo o que cidades como Campos do Jordão, no interior paulista, gostariam de ser. Mas é lógico que no capítulo malhas de lã e chocolate, para não mencionar os chalés e os menus originalmente alpinos, a estação na Suíça, que tem pouco mais de 5.000 habitantes permanentes e compreende uma área de menos de 30 km², ganha de longe.

No verão ou no inverno, além de um clima que o jet set internacional chamou nos anos 1960 e 1970 de "atmosfera de champanhe", circulam e circularam casais como a atriz Brigitte Bardot e o playboy Gunther Sachs.

TURISMO CONSTANTE

Alternando duas estações turísticas bem definidas, St. Moritz está encravada numa região de lagos e montanhas e explora o turismo esportivo e de luxo, atraindo 200 mil visitantes anualmente.

Lá, casas mais antigas são chamadas de "chesa véglia" (ou casa velha) em romanche -aliás muito semelhante ao nosso português. Nesse dialeto latino, St. Moritz se traduz como San Murezzan.

Conhecida por suas águas termais e pelo ar muito puro, a região lembra um presépio e alguns dos prédios antigos são ainda hoje decorados com uma técnica de raspagem que, conhecida desde ao menos 1650, resulta em desenhos intricados nas fachadas e é chamada de "scrafito".

O primeiro empreendedor a atinar para a vocação de atrair turistas também no inverno foi o hoteleiro Caspar Badrutt. Ele resolveu promover o vale de Engadine (en

gadin.stmoritz.ch) e, para tanto, levou para lá o trem turístico e a eletricidade. Até o final do século 19, os viajantes, quase sempre ingleses, só usufruíam de St. Moritz entre a Páscoa e o Natal.

E Badrutt, um empreendedor de visão, resolveu dar transporte ferroviário de graça para quem desejasse experimentar permanecer em St. Moritz também no inverno.

Desnecessário dizer que as montanhas nevadas logo viraram um destino de esqui e de snowboard e que, quando o tempo esquenta, em meados do ano, o entorno dessa cidadezinha vira cenário para a prática de caminhadas, de montanhismo e de mountain bike. Nos lagos, a onda do verão é velejar ou praticar "kitesurf".

Há todos os tipos de hospedagem, mas o destaque fica por conta dos grandes hotéis tradicionais, caso do Kempinski Grand Hotel des Bains, que começou como estação de águas e que, agora, recebe visitantes o ano todo.

(SILVIO CIOFFI)

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