Índice geral Turismo
Turismo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Teotihuacán encerra mistério milenar

Com duas pirâmides principais, a do Sol e a da Lua, local remonta a 100 a.C.; já a ocupação asteca é de 1100 d.C.

Estudado desde 1846, esse sítio arqueológico de 24 quilômetros quadrados ainda não foi totalmente desvendado

DO ENVIADO AO MÉXICO

De Teotihuacán restam a grandeza arquitetônica e incertezas históricas. O sítio arqueológico da imensa cidade pré-colombiana, com seus 24 quilômetros quadrados e um pico de 180 mil habitantes, é provavelmente o mais magnífico das Américas.
Suas duas principais pirâmides, a do Sol e a da Lua, têm 63 m e 43 m de altura. Uma terceira pirâmide, a de Quetzalcoatl (nome de um deus asteca), mais assimétrica, trazia 365 cabeças de animais imaginários, caso das serpentes plumadas.
Essas edificações começaram a ser construídas no século 1º a.C. A civilização que as levantou, provavelmente a dos tezoiucas, desconhecia a escrita. A própria utilidade das pirâmides é desconhecida. Os templos menores existentes no vale recebem nomes de estátuas ou afrescos -jaguar, caramujo, coelho- que dizem pouco sobre a motivação de seus arquitetos ou sacerdotes originais.
Os astecas chegaram lá por volta de 1100 da era cristã, 400 anos antes do desembarque dos espanhóis. Teotihuacán já era uma imensa ruína.
Foi abandonada por volta do ano 750, dois séculos depois do apogeu, talvez em razão de guerras, disputas étnicas e de um desastre ambiental: a destruição de florestas próximas, que tornou as chuvas raras e secou três rios, inviabilizando a agricultura.
O sítio arqueológico tem um nome inventado há relativamente pouco tempo e significa "o lugar em que foram feitos os deuses". Ele está localizado a 42 km do centro da Cidade do México.

"DOS MORTOS"
As duas principais pirâmides estão nas extremidades de uma espécie de avenida que os astecas designaram como "dos Mortos", na crença de que o conjunto pertencesse a um vistoso cemitério.
Esses pontos de interrogação e as poucas certezas diferenciam as pirâmides mexicanas das egípcias, para as quais há explicações detalhadas e uma história própria na bacia do Mediterrâneo.
Teotihuacán começou a ser estudada em 1846. Há uns 90 anos reuniu historiadores e arqueólogos que tinham como pretexto o centenário da Independência do México.
Descobriram então que Teotihuacán era cosmopolita, abrigava populações de muitas origens, inclusive do distante litoral do golfo do México, e influenciava com seu estatuário peculiar outras cidades pré-colombianas. Também traz o embrião de elementos culturais astecas, como seres mágicos encarregados de providenciar a água.
Mas o importante é percorrer essa maravilha sem a finalidade de caçar respostas. Providencie calçados bem confortáveis. Leve água, filtro solar e não esqueça de proteger a cabeça de um sol que, a 2.000 m de altura, costuma ser inclemente.
(JOÃO BATISTA NATALI)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.