COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE
MONTEVIDÉU

Aos 138 anos, ele vira madrugadas, sempre se faz acompanhar de muito barulho, canta e dança sem nenhum pudor e não tem medidas quando o assunto é consumo de carne, de vinho e de "medio y medio" -bebida transformada em patrimônio nacional do Uruguai. O centenário fanfarrão é o Mercado del Puerto, visita obrigatória em Montevidéu mesmo para os mais convictos vegetarianos. Isso porque o lugar, notório por oferecer uma vertiginosa sucessão de "parrilladas" (restaurantes especializados no churrasco platino), não convida somente a comer mas a viver com intensidade um pouco da cultura do país. Da carne ao artesanato, outro mercado, o de los Artesanos -já no centro comercial da cidade, próximo à avenida 18 de Julio-, faz a alegria dos turistas ao dispor suvenires variados a preços nada exorbitantes. Mais produtos característicos, como artigos em lã, são encontrados na Manos del Uruguay, rede de roupas confeccionadas por profissionais organizados em cooperativas de todo o país. Em couro, algumas opções são a Casa Mario e a Montevideo Leather Factory, onde são vendidos acessórios e vestimentas em múltiplas cores, modelos e custos. Uma dica: para comprar roupas, agosto é o melhor mês, quando há ainda uma boa quantidade de peças de qualidade, mas a preços mais baixos, depois do boom que esse setor costuma atravessar no início do inverno. Se a idéia é buscar algo bem menos típico, lojas como as dos estilistas Ana Livni e Fernando Escuder oferecem criações que exploram possibilidades de texturas e ostentam estampas que não se repetem. E não dá para sair do Uruguai sem levar pelo menos uma amostra de sua vasta oferta de vinhos, como os tannat, uva que representa 15% de tudo o que é produzido pelos vinhedos do país, e exemplares de outras variedades bastante consumidas e processadas no rio da Prata, como malbec, merlot e cabernet sauvignon. Quem acolhe a todas é a Casa del Vino, praticamente ao lado dos estilistas, também na velha e boa Ciudad Vieja. Confira abaixo os endereço para voltar de mala cheia. (DENISE MOTA)

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