São Paulo, quinta-feira, 01 de outubro de 2009

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internacional

São Petersburgo aprova construção de arranha-céu

POLÊMICA Cidade, que preservou aura do século 19, pode perder o seu status de patrimônio da humanidade da Unesco

Arquivo/Associated Press
Autoridades observam modelo do prédio em foto de 2006

DA ASSOCIATED PRESS

Políticos de oposição e interessados na preservação do patrimônio de São Petersburgo condenaram a decisão do governo da cidade de permitir que a estatal de gás natural Gazprom construa ali um arranha-céu, afirmando que isso irá destruir a aura da era czarista que a cidade conserva.
Na semana passada, a administração municipal aprovou os planos da Gazprom de construir perto do rio Neva um arranha-céu coberto de vidro de 77 andares, mais de três vezes o tamanho do pináculo da catedral de São Pedro e São Paulo, hoje o prédio mais alto da cidade.
Defensores do projeto dizem que o arranha-céu e o centro de comércio anexo, que juntos serão chamados de Okhta Center, serão um passo importante no desenvolvimento da segunda cidade da Rússia. Mas os críticos os classificam como uma demonstração de ego político e comercial. A Gazprom, que deseja se tornar a maior companhia do mundo, é peça fundamental nas exportações russas.
A Unesco avisou que a construção da torre de 400 metros pode ameaçar a posição de São Petersburgo como patrimônio mundial. "Estamos ansiosos sobre essa decisão", disse Grigory Ordzhonikidze, membro do comitê russo da Unesco, de acordo com a agência estatal RIA Novosti.
Enquanto as outras principais cidades russas ergueram arranha-céus por razões de orgulho durante a era soviética, o centro de São Petersburgo preservou seu perfil de cidade do século 19 por conta de rígidas leis de construção.
Svyatoslav Gaikovich, vice-presidente da União de Arquitetos de São Petersburgo, afirmou que o turismo em São Petersburgo "pode sofrer" se a cidade perder seu status de patrimônio mundial.


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