São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2004

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Acervos de museus da cidade concentram de tecidos medievais a obras de arte contemporâneas

LA conserva memórias nipo-americanas

DO ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO E LA

Mecenato, multiculturalismo, luz: tudo em Los Angeles conspirou para que a cidade chegasse ao século 21 envergando uma lista invejável de museus, rivalizando até mesmo com San Francisco.
Há, na cidade, inclusive um museu dedicado à experiência nipo-americana, o Japanese American National Museum (www.janm.org; na 369 E. First Street, tel. local 213/625-0414). Ocupando duas alas do que já foi um templo budista e um pavilhão anexo, esse museu exibe fotos de época e filmes que testemunham como era a vida para nipo-descententes no tempo da Segunda Guerra, recriando um campo de confinamento durante o conflito mundial.
Quem gosta de arte moderna acha no Moca, o Museum of Contemporary Arts (www.moca-la.org; na 250 S. Grand Avenue, tel. local 213/621-2766), pinturas, esculturas, fotos e, sobretudo, instalações dinâmicas, que, reunidas depois de 1940, provocam o visitante. O prédio, na California Plaza, foi concluído em 1986.
Já o Lacma, alcunha do Los Angeles County Museum of Art (www.lacma.org; 5.905 Wilshire Boulevard, tel. local 323/857-6000), impressiona pelo ecletismo, mostrando a 600 mil visitantes anualmente desde esculturas asiáticas até tecidos medievais, passando por esculturas romanas.

"Robber barons"
Talvez impropriamente chamados de "barões-ladrões", empresários bem-sucedidos de tempos passados fizeram, nos EUA, doações que originaram museus, instituições e até universidades que são sinônimo de excelência.
Henry Huntington, o empresário que riscou a Califórnia com inúmeras ferrovias no século 19, e J. Paul Getty, o milionário que fez fortuna com petróleo, são dois dos principais financistas que legaram a LA instituições como a mansão Huntington, em Pasadena, e os dois museus Getty, um em Malibu (uma vila romana) e um em Brentwood.
No caso do Getty Center (www.getty.edu/museum), as doações para a construção do prédio do arquiteto Richard Meier (em 1.200 Getty Center Drive, tel. local 310/ 440-7300) foram da ordem de US$ 1 bilhão: dentro, em cinco galerias, há tanto quadros de Rembrandt, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Van Gogh e Cézanne quanto fotografias e objetos de arte.
Já a The Huntington Library, Art Collections and Botanical Gardens (www.huntington.org; 1.151 Oxford Road, em San Marino, tel. local 626/405-2141) impressiona pelos 60 hectares de jardins. A residência aristocrática, abriga ainda manuscritos e livros muito raros.

Estrelas sobre rodas
Como não poderia deixar de ser numa metrópole aficionada por automóveis, LA tem um museu onde o Cadillac Eldorado Fleetwood, um super rabo-de-peixe, foi guindado à condição de obra de arte. Trata-se do Petersen Automotive Museum (www.petersen.org; 6.060 Wilshire Boulevard, tel. local 213/744-3333), com modelos de anos tão longínquos como 1911 e 1915.
Recriando o ambiente urbano dos anos 1920, o museu tem uma garagem dessa época; idem um showroom de carros da década de 1930 e um restaurante drive-in de 1950. Como atores e carrões tradicionalmente nasceram um para o outro, estão lá expostos duas preciosidades: um Cadillac de Rita Hayworth e um Mercedes de Clark Gable.

Mais Japão em LA
Depois das visitas a museus e praias, comer e comprar em Little Tokyo, bairro circundado pelas ruas First, Third, Los Angeles e Alameda, pode ser uma boa idéia. Cerca de 200 mil visitantes vão anualmente ao local aonde chegaram os primeiros japoneses por volta de 1884 -e o mercado Enbun é um dos mais antigos.
Em 335 E. Second Street há a Japanese Village Plaza, quase que um museu a céu aberto mostrando como era uma vila rural, com seu jardim japonês adornado por um espelho-d'água.
Com aspecto pós-moderno, a rua Onizuka, próxima da prefeitura e travessa da San Pedro Street, é repleta de lojas de grife e de restaurantes.
(SILVIO CIOFFI)


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